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ONU: desaparecimento forçado na Colômbia é alarmante

A Colômbia registrou mais de 57.200 desaparecidos nas últimas três décadas, dos quais 15.600 são consideradas vítimas de desaparecimento forçado, de acordo com o representante do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos no país, Christian Salazar.

Durante um seminário para a paz, realizado em Bogotá, o funcionário da ONU descreveu o número de desaparecidos como "arrepiante", observou que eles correspondem às milhares de vítimas de desaparecimentos forçados cometidos por agentes do Estado e das forças paramilitares que colaboram com eles .

Salazar destacou que, durante décadas, membros das forças de segurança, supostamente, cometeram graves violações em grande escala, incluindo execuções extrajudiciais, em muitos casos associados com os desaparecimentos.

Estima-se que na Colômbia há mais de 100.000 vítimas de desaparecimento forçado. O representante da ONU disse que, entre as vítimas, contam mais de 3.000 mulheres e 3.000 menores de 20 anos, mas informou que os dados são provenientes de Organizações Não Governamentais (ONGs).

"O desaparecimento forçado é uma das violações dos direitos humanos mais graves que existem, e a Colômbia, infelizmente, sofre um recorde alarmante na realização deste crime, sendo um dos países da América Latina e do mundo com mais desaparecidos", afirmou Salazar.

"Porque, por quase meio século, a Colômbia sofre um conflito armado". São "milhares e milhares de desaparecidos", levando ao "sofrimento prolongado de suas famílias", disse.

"Na Colômbia, foi aprovada a figura penal do crime de desaparecimento forçado em 2000 e ratificada a Convenção Interamericana sobre Desaparecimento Forçado em 2005", disse o delegado da ONU, acrescentando que o Legislativo estuda atualmente a ratificação da Convenção Internacional para a Proteção de todas as pessoas contra os desaparecimentos forçados. No entanto, ele observou que, apesar isso, "não houve nenhum progresso" na Colômbia.

O porta-voz da ONU disse que, por parte do Executivo, e, em especial das forças de segurança, há obrigações pendentes a cumprir. Ele reprovou a pouca receptividade por parte do Ministério da Defesa e do Exército às recomendações feitas pelo seu escritório para que colaborem com a justiça e ajudem a identificar os desaparecidos.

Por fim, Salazar destacou "os esforços incansáveis dos familiares dos desaparecidos" para conseguir progressos na luta contra os desaparecimentos forçados, mas advertiu que "ainda há um longo caminho a percorrer."

Com Anncol