Bueiro explode em Minas e Jô cobra providências da Cemig
A explosão de uma caixa de energia da Cemig, no cruzamento das ruas Curitiba com Carijós, no hipercentro de Belo Horizonte, levou a deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) a cobrar explicações e providências da empresa para que isto não volte a acontecer.
Publicado 08/07/2011 10:58 | Editado 04/03/2020 16:50
A Manifestando solidariedade aos moradores da cidade do Rio de Janeiro, onde já foram registradas 44 explosões de bueiros (caixas subterrâneas de energia) da concessionária da Light, a deputada foi enfática: “Queremos uma explicação plausível e a garantia de que isto não se transformará em mais um risco corriqueiro para os que pagam as maiores tarifas, os mais absurdos impostos do mundo, para ter um serviço de qualidade”.
Ela se referiu a um levantamento do promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, José Antônio Baeta de Melo Cançado, segundo o qual, as contas de luz pagas pelos mineiros só são inferiores às cobradas em quatro regiões do Japão, por motivos climáticos e geográficos.
Leia abaixo a íntegra do pronunciamento da deputada federal Jô Moraes:
Venho desta tribuna cobrar veementemente uma explicação da Cemig e a garantia de que se trata de um caso isolado que não mais de repetirá. Estou falando da explosão de um bueiro – uma caixa de energia – em pleno cruzamento da rua Carijós com rua Curitiba, no hipercentro de Belo Horizonte, na tarde de segunda-feira. Local de grande movimento e que fez duas vítimas – um homem e seu filhinho – que embora com escoriações e queimaduras, já estão em casa. Com a explosão voaram estilhaços e o calor subiu assustando pedestres. Na noite de ontem, na região da Savassi, o barulho de uma explosão seguido de um apagão também levou pânico a quem passava na região. Ainda não se sabe o que houve.
Estamos aguardando as explicações e providências da Cemig, para ambos os casos. Não queremos – ninguém quer – viver o drama a que estão expostos os moradores da cidade do Rio de Janeiro, onde já foram registradas 44 explosões de caixas subterrâneas de energia fazendo, inclusive uma vítima fatal. Isto, desde que a empresa foi privatizada, em 1996. Só nas últimas 24 horas, o Rio contabilizou seis tampas da Light indo para os ares.
Nós, de Belo Horizonte, não vamos copiar mais essa desgraça do Rio. Essa irmandade nós rejeitamos. Mas estamos com as barbas de molho, como dizem os que já viveram e já viram muitas coisas. Mesmo porque, senhor presidente, a Cemig é uma das maiores controladoras da Light.
Em Minas, pagamos a maior tarifa de energia elétrica do país e do mundo. Na verdade, segundo estudo do promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, José Antônio Baeta de Melo Cançado, só perdemos mesmo para quatro regiões do Japão, por motivos climáticos e geográficos.
Temos assistido a precarização dos serviços; sua terceirização, a redução de pessoal especializado, questões sistematicamente denunciadas pelos sindicalistas, trabalhadores que lutam pela boa qualidade dos serviços públicos prestados no Estado e no país.
A Cemig já adiantou que no caso do acidente de segunda-feira a proteção do sistema isolou o problema e nenhum cliente teve o serviço suspenso. E que provavelmente houve um curto-circuito em um cabo. As alegações são muito similares àquelas dadas pela Light para as ocorrências no Rio.
Mas isto não basta. Queremos uma explicação plausível e a garantia de que isto não se transformará em mais um risco corriqueiro para os que pagam as maiores tarifas, os mais absurdos impostos do mundo, para ter um serviço de qualidade.”
Graça Borges