Capistrano: O histórico do DNIT e o Partido da Imprensa Golpista
A grande mídia quer apenas fazer o maior escarcéu, ela não está preocupada com corrupção coisa nenhuma. Durante o governo Lula, o PIG tentou o impeachment do presidente através de denúncia de corrupção, grande parte sem nenhum fundamento. Tática midiática que já foi usada contra outros governos nacionalistas e populares (Vargas, Juscelino e Jango).
Publicado 14/08/2011 11:59 | Editado 04/03/2020 17:07

Espertamente, a elite brasileira sempre procurou incutir na cabeça do povo, principalmente da classe média e do mundo acadêmico, que todos os políticos calçam 40, que todos são iguais, o que não é verdade. Há políticos e partidos que se diferenciam dos partidos e políticos conservadores e corruptos, daqueles que sempre representaram os interesses das oligarquias e do capital internacional. Esses não querem reformas no modelo político e eleitoral, eles preferem manter o modelo vigente, que os beneficia. Prova disso é que o PIG não ataca a principal causa da corrupção no Brasil, que é o modelo eleitoral com uma ênfase especial para o financiamento de campanha.
O PT é uma frente de diversas tendências, que vai da esquerda aos liberais, inclusive com a presença de alguns anticomunistas, mas é um Partido diferente dos que tem chegado ao poder nos últimos anos, principalmente depois da famosa “abertura” política (1982) com o pluripartidarismo, com a chegada de Sarney a Presidência da República (1985) e a promulgação da Constituição de 1988.
O PT nas eleições de 1989, 1994, 1998 e 2002 teve como principais aliados o PCdoB e o PSB, demonstração de sua preferência pelas ideias progressistas e de esquerda. Até hoje, o PIG não toca no cerne da questão da corrupção nos cofres públicos, que é o financiamento das campanhas eleitorais, ele sabe que o erário público sempre financiou, através das empreiteiras, dos fornecedores e das prestadoras de serviços, as campanhas eleitorais e, ultimamente com uma atuação marcante das agências de publicidade Todos sabem que existem “valeriodutos” espalhados por todo esse imenso país.
Existe muita hipocrisia em algumas denúncias recheadas de interesses, menos o de combater a corrupção.
O desvio de recursos públicos é uma prática que envolve quase a totalidade das administrações públicas brasileiras nos seus três níveis: municipal, estadual e federal, e é histórica, não começou agora, a nossa elite é craque nessa área.
No início do governo FHC, na briga pelos cargos, o ministério dos transportes coube ao PMDB, o ministro indicado foi o ex-deputado Eliseu Patilha. O mapa da mina era exatamente o DNER (hoje, DNIT). Foi um deus-nos-acuda, lembro que a bancada do PT na Câmara e no Senado tentou criar a CPI do DNER, mas, numa jogada de mestre, contando com o silêncio do PIG, no final do seu governo, FHC extinguiu esse órgão e criou o hoje famoso DNIT. FHC trocou seis por meia dúzia e jogou toda sujeira debaixo do tapete. Padilha continuou ministro e o PMDB, partido de todos os governos, manteve os seus cargos sem nenhum problema, inclusive o DNIT. Quem não se lembra das prisões de pessoas ligadas ao ministério do turismo, inclusive aqui do RN, no governo FHC?
Portanto, o grande problema de um governo sério, comprometido com as reformas de base, com o país, com os excluídos, é a famosa questão da governabilidade. O eleito, para governar com seriedade, pondo em prática seu projeto de governo, tem que ter maioria folgada na Câmara Federal e no Senado, senão vai sempre acontecer o que historicamente vem acontecendo, o famoso centrão (grupos de políticos presentes em todos os partidos conservadores) vai chantagear o seu apoio ameaçando o presidente com a paralisação do governo, não aprovando os projetos oriundos do poder executivo, criando comissões parlamentares de inquéritos, e, os grandes meios de comunicação, tentam inviabilizar o governo através de uma onda de denúncias publicadas nas capas de revistas e nas manchetes de jornais de circulação nacional e o PIG televisivo passa a fazer em todos os seus telejornais uma campanha sistemática contra o governo, aparentemente moralizadora.
Aonde se chega o assunto em pauta é a corrupção, mesmo que o governo, como o fez o governo Lula e está fazendo o governo Dilma, procure desmontar os esquemas de corrupção. É difícil coibir a onda de denuncismo, porque o interesse do PIG não é acabar com a corrupção, mas sim desestabilizar um governo nacionalista e popular. O PIG não está a serviço do povo brasileiro nem do Brasil, e sim a serviço das oligarquias e dos interesses internacionais.
Antonio Capistrano é ex-reitor da Uern e é filiado ao PCdoB.