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PCdoB recebe em São Paulo representante de partido sírio

Na semana passada o secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo "Alemão" Abreu, recebeu a visita do representante do partido Baath da Síria no Brasil, Abd el Hamid, e representantes da comunidade árabe, para um diálogo sobre os recentes acontecimentos na Síria, que passa por uma agitação considerada por Abd uma "conspiração orquestrada pelo imperialismo".

Alemão e representante do PCdoB sírio - Humberto Alencar/Vermelho

Além de Abd el Hamid e de Alemão, estiveram presentes na reunião de quinta-feira (15) pelo PCdoB Nivaldo Santana, Liége Rocha, Ronaldo Carmona e o vereador paulistano Jamil Murad, assim como a vice-presidente da Federação de Entidades Árabe Brasileiras (Fearab) das Américas, Claude Hajjar, e o presidente da Fearab SP, Eduardo Elias, e o editor do portal Arabesq, Tammam Daaboul.

Após saudar a presença dos visitantes, particularmente do representante do partido Baath da Síria Abd el Hamid, Alemão apresentou um resumo da posição dos comunistas do Brasil sobre os recentes acontecimentos no norte da África e na Síria.

Conforme relatou Alemão, "os comunistas brasileiros se preocupam muito com o Oriente Médio e com a ingerência do imperialismo no mundo árabe e particularmente na Síria".

"A mídia corporativa desinforma, omite e só divulga informações que lhe interessem", disse, se referindo às notícias que as agências internacionais divulgam sobre os eventos no Oriente Médio e, particularmente, na Síria.

Alemão repassou a Abd a resolução aprovada pelo PCdoB de apoio à Síria em julho passado e informou a todos que o partido prepara uma resolução sobre os acontecimentos na Líbia e na Síria.

Abd fez um breve relato dos acontecimentos que o país vive, apontando a responsabilidade do imperialismo pelo processo de conflagração que tem causado mortes no país, por meio de agentes pagos pelos países imperialistas.

Abd explicou que esteve com o presidente sírio Bashar al-Assad, em sua recente viagem à Síria, em que ouviu do presidente que ele ficou muito sensibilizado com os acontecimentos no país. Segundo Al-Assad, disse Abd, no início dos acontecimentos as forças de segurança estavam proibidas de reprimir as manifestações.

Conspiração para barbarizar

"A repressão só aconteceu porque agentes do imperialismo começaram a disparar contra o povo e as forças de segurança", afirmou Al-Assad. "Na Síria, as forças que apoiam o Ocidente estão fazendo de tudo, desde assassinatos de mulheres e crianças a soldados do exército".

Segundo Abd, as forças contrárias ao governo da Síria estão barbarizando o país. Ele revela que potências da região estão por trás dos ataques, já que dão apoio financeiro aos agentes que promovem o caos no país.

"A Irmandade Muçulmana foi paga pelos sionistas e pelos imperialistas para promover a desordem no país", acusa, indicando a organização muçulmana como uma das autoras das agressões e ataques perpetrados na Síria nos últimos meses.

"Eles pretendem agora agir contra igrejas e mesquitas", destaca. Abd acusa também personalidades de países vizinhos, como o emir do Catar, por incitarem e financiarem os crimes que estão sendo cometidos no país.

Em relação à conversa que manteve com Al-Assad, Abd afirma que o presidente sírio rebateu as acusações do Ocidente contra si. "Ele disse que confia muito no povo, na força do povo e das forças de segurança de seu país. Ele ficou muito sensibilizado com as obras de destruição que foram cometidas na Síria".

"Al-Assad disse que todas essas agressões são financiadas por estrangeiros. Em relação a estar no poder, disse que está ali porque o povo o escolheu e o povo o quer, ele não é uma invenção de Obama ou de Sarkozy", explicou.

"Al-Assad acredita que Israel e os imperialistas mudaram a opinião da Turquia, que radicalizou sua posição em relação à Síria. Ele estaria mais próximo da Irmandade Muçulmana, agindo contra o governo da Síria", relatou Abd sobre a conversa dele com Al-Assad.

Al-Assad pediu também que Abd fizesse um agradecimento especial aos partidos de esquerda do Brasil, principalmente o PCdoB e o PT, pelo apoio que têm dado aos sírios neste momento.

Da Redação