Prevenção ao câncer de mama é tema de debate em Salvador

A ampliação do programa de combate ao câncer de mama e a adoção de medidas que garantam mais verbas para os programas de apoio a saúde da mulher foram debatidos nesta segunda-feira (26/9), durante Audiência Pública na Câmara de Vereadores de Salvador. Realizada pela vereadora Aladilce Souza (PCdoB) e pelo vereador Téo Senna (PTC), a audiência mostrou a necessidade de mais verbas para que o Sistema Único de Saúde (SUS) garanta o cumprimento de metas mínimas, especialmente nas áreas de prevenção.

Com a participação de representantes das secretarias de Saúde do estado (Sesab) e do município (SMS), Sociedade de Brasileira de Mastologia, Ministério Público Estadual (MPE), Conselho Municipal de Saúde (CMS) e entidades de apoio a pessoas com câncer, a audiência reforçou a necessidade de um debate mais profundo sobre o uso das verbas da saúde, disse a vereadora e vice-presidente da Comissão de Saúde do Legislativo. Aladilce garantiu que vai apresentar em conjunto com o colega Téo Senna, emendas à Lei Orçamentária Anual (LOA) que contemplem e ampliem os programas de saúde da mulher no município.

A vereadora lamentou a ausência de uma política eficaz capaz de garantir o atendimento imediato e evitar a situação de Patrícia de Sá, 37 anos, que esperou um ano para obter um diagnóstico eficaz e fazer uma cirurgia. O atraso permitiu a evolução do seu quadro médico para um câncer grau “3”, com indicação de mastectomia. O caso foi denunciado, durante a audiência, pela irmã da vítima, a estudante de enfermagem Lorena Borges.

A radiologista e professora da UFBA, Rosa Brim, também criticou a política de atendimento do governo. Ela assegura que “atualmente a quantidade de mamógrafos na Bahia é insuficiente e mal distribuída demograficamente, sendo que mais da metade deles se encontram em Salvador”.

O mastologista Marcos Nolasco, representante da Sociedade Brasileira de Mastologia alertou que em 2011 se espera mais de 2 mil casos de câncer de mama, chegando a 49 casos por 100 mil mulheres. Ele também revela que “das milhões de células renovadas diariamente, 4 delas se tornam algum tipo de câncer, mas o perfeito sistema imunológico do ser humano age e repara este problema. Por isso, não devemos encarar que o câncer é um atestado de morte”.

Já a representante da American Câncer Society, Adriana Bacci, acredita que a dificuldade de mobilizar a população para a prevenção do câncer de mama acontece pela falta de sintomas. “Uma Audiência sobre este problema sai da área técnica e se amplia para uma questão de saúde pública, trazendo medidas que possibilitarão uma efetividade de até 96% de chance de cura”, afirma. Ela ainda fala que o tratamento desta doença poderia ser realizado através de uma parceria entre a rede pública e privada para que este atendimento seja realizado mais efetivamente. Também defendeu que o Comitê Intersetorial, formado pelos governos estadual e municipal, UFBA e entidades civis, acompanhem e monitorem os programas de rastreamento e tratamento precoce do câncer.

A representante da Secretaria de Estadual de Saúde, Olga Sampaio, aproveitou a ocasião para falar sobre o lançamento da 2ª edição do programa Saúde em Movimento com uma unidade móvel de rastreamento e acompanhamento do câncer de mama entre mulheres com 50 a 69 anos, começando por Itaberaba no dia 02 de outubro.

O vereador Téo Senna acredita que a intensificação desta luta passa pela mudança de mentalidade de todos. Ele defendeu a realização de encontros com os secretários de saúde do estado, Jorge Sola e do município, Gilberto José para debater formas de reduzir a faixa etária para rastreamento da doença.

Fonte: Ascom do gabinete da vereadora Aladilce Souza.