Mostra de Cinema da América do Sul segue até 1º de dezembro

"2011 é um ano de grandes conquistas para a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul: contamos com filmes de todos os países da América do Sul em nossa programação; tivemos um número recorde de inscrições em nossa convocatória (233 filmes) e estaremos presentes nas 26 capitais do País e no Distrito Federal”, ressalta a organização no site oficial do evento, destacando o crescimento e o respeito que a Mostra vem ganhando com o passar dos anos.

De acordo com o curador da Mostra, Francisco César Filho, o evento tem o objetivo de "levar a discussão e reflexão, através do cinema, sobre os vários temas ligados aos direitos humanos”. Além disso, a proposta é também formar público e promover a cinematografia sul-americana que tem pouca circulação em território nacional.

Ele ressalta que o principal diferencial, em relação a outros festivais que abordam a temática dos direitos humanos, é o fato de a Mostra "privilegiar os aspectos cinematográficos”, investindo na linguagem. "A ideia é fazer um excelente festival de cinema sul-americano”, pontua.

Segundo Francisco, os/as cinéfilos/as terão, neste ano, a "chance rara de conhecer filmes da Venezuela, Equador, Paraguai e Uruguai”, por exemplo, já que nem sempre as produções destes países estão na programação do evento.

Para dar espaço a tantas questões que envolvem os direitos humanos, em cada ano alguns temas são privilegiados. Segundo Francisco, neste ano, a Mostra dará maior visibilidade às temáticas que envolvem Direitos de Crianças e Adolescentes, Saúde Mental, Direitos da Cidadania LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) e Direitos da Pessoa Idosa.

Ele explica que para cada tema é escolhido um filme que o representa. Para retratar o dilema da infância e juventude, por exemplo, foi escolhido o filme Central do Brasil, de Walter Salles, "pois apresenta um dado bastante revelador da infância no Brasil”, diz o curador. Já para retratar a questão da saúde mental nada melhor, segundo ele, do que o filme Bicho de sete cabeças, de Laís Bodansky: "um filme premiado que, sem dúvida, apresenta a questão manicomial”.

Dividida em seções, a Mostra aborda ainda questões como Direito à Terra, Educação em Direitos Humanos, Democracia, Direitos das Populações Tradicionais, Quilombolas e Afrodescendentes, Direito à Memória e à Verdade.

O curador ressaltou que o Direito à Memória e à Verdade é um tema que sempre tem destaque no festival, para esclarecer casos ligados à ditadura militar, tão forte em alguns países da região. Os filmes desta temática serão exibidos na seção ‘Retrospectiva Histórica’. Já na seção Filmes Contemporâneos, destinada às produções mais recentes, o venezuelano Cuatro Litros por Tonel (2010), de Belimar Román Rojas, mostra a história de mulheres camponesas que decidem formar uma cooperativa de adubos orgânicos.

Para Francisco César Filho, a importância da Mostra de Cinema e Direitos Humanos tem se refletido em vários aspectos como na "fidelização dos cinéfilos”, e na atenção que os produtores/as têm dado ao festival para estreia de filmes. "Isso mostra que o evento consolida-se como festival de cinema”, finaliza.

Mostra

Todas as sessões da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul são gratuitas e realizadas em salas com acessibilidade para pessoas portadoras de necessidades especiais. Os filmes são legendados para deficientes auditivos e têm audiodescrição para deficientes visuais. A Mostra é uma realização da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira, patrocínio da Petrobras e apoio do SESC/SP, da TV Brasil e do Ministério das Relações Exteriores. A apresentação é do Ministério da Cultura.

Neste final de semana a Mostra está sendo exibida em cidades como Brasília (DF), Curitiba (PR), Campo Grande (MS), Goiânia (GO) e João Pessoa (PB).

Para conferir a relação de filmes selecionados para esta edição do festival, acesse o site do evento.

Fonte: Adital