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Atentados matam 67 pessoas em Bagdá

Pelo menos 67 pessoas morreram e outras 149 foram feridas nesta quinta-feira (22) em consequência de 10 atentados em série em diferentes áreas da capital do Iraque, Bagdá, ao mesmo tempo que aumenta a tensão no ambiente político do país.

O porta-voz do Ministério do Interior, Ziad Tareq, assegurou que foram registradas 10 explosões. Horas antes outras fontes oficiais informaram que a existência de 13 ataques com bombas, ao mesmo tempo que o Ministério de Saúde endossava o número de mortos e feridos.

Segundo Tareq, as explosões ocorreram nos distritos de Halawi, Bab Muatham e Karrada, no centro de Bagdá, os bairros de Adhamiyah, Shuala e Shaab (norte), Jadriyah (este), Ghazaliyah (oeste), bem como em Amil e Dora (sul).

Os ataques, considerados os mais mortais das duas últimas semanas, foram realizados na manhã desta quinta, durante horário de rush, com grande movimento de pessoas e automóveis, gerando situação de tensão na capital, que viu várias ruas da área central serem isoladas por forças de segurança.

Enquanto círculos políticos vincularam a onda de atentados com carros bomba à recente retirada das tropas estadunidenses do Iraque, realizada no domingo, outros lembram a vulnerabilidade do país em plena crise política com claras mostras de sectarismo.

A ordem de detenção emitida pelo Ministério do Interior contra o vice-presidente sunita, Tareq Hashemi, por suposta relação com atos terroristas em 2009, acentuou as disputas entre partidários de Hashemi com o premiê, o xiita Nuri al-Maliki.

O chefe de gabinete pediu a autoridades da região autônoma do Curdistão que entreguem o vice-presidente e ameaçou destituir o vice-primeiro ministro Saleh Mutlak, também sunita, depois dele descrever o Executivo como uma ditadura.

Hashemi desacreditou as alegações, atribuindo a elas "motivos políticos, mais que penais", mas descartou se submeter a julgamento em Bagdá e propôs como alternativa que seja processado no território curdo, onde está refugiado desde o início da semana.

A crise fez com que o ex-primeiro ministro Iyad Allawi – líder do bloco Iraqiya e apoiado por sunitas – boicotasse as sessões do Parlamento, se retirando de todos os debates e, ao mesmo tempo, ameaçando retirar o seis ministros que possui no governo, o que derrubaria o executivo.

ONU condena

O enviado especial da ONU e chefe da missão da organização mundial nesse país, Martin Kobler, qualificou como "horrenda" a onda de ataques e chamou os líderes políticos a unirem-se para pôr fim à violência.

Em uma declaração distribuída na sede da ONU em Nova York, o enviado especial disse que os governantes têm a responsabilidade de atuar para acabar com a violência que sacode o Iraque.

Há dois dias, o secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, exortou os líderes políticos iraquianos a resolver suas diferenças e avançar para a construção de um Estado democrático.

O titular da ONU apontou que a retirada das forças dos Estados Unidos marca "um novo momento na história do Iraque" e que os dirigentes iraquianos devem demonstrar a seu povo e ao mundo que "são capazes de guiar o país para um futuro melhor".

Com informações da Prensa Latina