Paraguai: Carrillo denuncia acordo do governo com multinacional
Aníbal Carrillo, candidato presidencial da Frente Guaçú, coalizão de partidos e movimentos sociais paraguaios de esquerda, denunciou neste domingo (6) que funcionários do governo, partidos tradicionais e legisladores procuram favores econômicos da multinacional Rio Tinto Alcán.
Publicado 06/01/2013 14:03

Carrillo se baseou na insistência dos mencionados atores na instalação da multinacional no território em condições vantajosas para ela e extremamente prejudiciais ao Paraguai, tanto do ponto de vista econômico como ambiental.
A polêmica da chegada da Rio Tinto ao país teve uma maior expressão nas últimas horas quando a direção da empresa estrangeira reafirmou não estar disposta a pagar a preço de mercado o alto consumo de energia.
O diretor de desenvolvimento de negócios, Juan Pazos, disse que a Rio Tinto não aceita pagar os US$ 60 o megawatt/hora pela energia, apontado como o mínimo e acrescentou aos seus pedidos facilidades de infraestrutura abonadas pelo Paraguai.
Carrillo fundamentou também sua acusação no fato de que o vice-ministro de Indústria e Comércio, Diego Zavala, figura principal nas negociações por parte do governo, foi dono da companhia no Paraguai e agora impulsiona o acordo à qualquer custo.
“A multinacional, com objetivo de obter o lucrativo negócio, vai comprar os políticos, os parlamentares e o Poder Judicial para entrar no país”, sentenciou.
Por sua vez, o engenheiro Ricardo Canese, especialista no tema e também dirigente da mesma organização, explicou que aceitar um acordo para a presença da Rio Tinto no país constitui uma fraude.
“A empresa procura roubar o país através do pagamento de um preço irrisório pela energia com a alegação de que isso justificaria seu investimento, mas também onerará ao tesouro público com o custo das facilidades de instalação, incluindo construção de estradas, portos e uma linha de transmissão de energia de 500 kw”.