Paraguai: Carrillo denuncia acordo do governo com multinacional 

Aníbal Carrillo, candidato presidencial da Frente Guaçú, coalizão de partidos e movimentos sociais paraguaios de esquerda, denunciou neste domingo (6) que funcionários do governo, partidos tradicionais e legisladores procuram favores econômicos da multinacional Rio Tinto Alcán.

Anibal Carrillo Paraguai

Carrillo se baseou na insistência dos mencionados atores na instalação da multinacional no território em condições vantajosas para ela e extremamente prejudiciais ao Paraguai, tanto do ponto de vista econômico como ambiental.

A polêmica da chegada da Rio Tinto ao país teve uma maior expressão nas últimas horas quando a direção da empresa estrangeira reafirmou não estar disposta a pagar a preço de mercado o alto consumo de energia.

O diretor de desenvolvimento de negócios, Juan Pazos, disse que a Rio Tinto não aceita pagar os US$ 60 o megawatt/hora pela energia, apontado como o mínimo e acrescentou aos seus pedidos facilidades de infraestrutura abonadas pelo Paraguai.

Carrillo fundamentou também sua acusação no fato de que o vice-ministro de Indústria e Comércio, Diego Zavala, figura principal nas negociações por parte do governo, foi dono da companhia no Paraguai e agora impulsiona o acordo à qualquer custo.

“A multinacional, com objetivo de obter o lucrativo negócio, vai comprar os políticos, os parlamentares e o Poder Judicial para entrar no país”, sentenciou.

Por sua vez, o engenheiro Ricardo Canese, especialista no tema e também dirigente da mesma organização, explicou que aceitar um acordo para a presença da Rio Tinto no país constitui uma fraude.

“A empresa procura roubar o país através do pagamento de um preço irrisório pela energia com a alegação de que isso justificaria seu investimento, mas também onerará ao tesouro público com o custo das facilidades de instalação, incluindo construção de estradas, portos e uma linha de transmissão de energia de 500 kw”.