Chineses são explorados na Feira dos Importados

Em busca de melhores condições de vida, todos anos, muitos chineses deixam seu país de origem e se mudam para o Distrito Federal. A intenção básica é prosperar trabalhando, principalmente, na Feira dos Importados, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).

Porém, ao chegar àquele centro comercial, a realidade encontrada pelos que não são donos de banca é de exploração e precariedade nas relações trabalhistas. A maioria não sabe, sequer, o que significa uma Carteira de Trabalho e, todos os dias, chegam a cumprir jornadas de dez horas ininterruptas, sem horário de almoço, e com remunerações que variam mensalmente.

Os chineses da Feira dos Importados quase sempre não conseguem se expressar corretamente em português, a quase a totalidade sabe apenas expressões relacionadas à venda dos produtos. Diante desta situação, muitos dos empregadores, que também são chineses, se aproveitam da ignorância destas pessoas para explorar a mão de obra sem a observância de qualquer lei.

Tímidos, em sua maioria, e com pouca fluência no português, eles relataram que estão legais no Brasil, com visto no passaporte, mas desconhecem qualquer direito trabalhista. Outros se utilizam do nascimento dos filhos para conseguir a sonhada cidadania.

A alegação dos próprios trabalhadores, que não têm noção de que são explorados, é de que em seu país o trabalho é mais puxado e a jornada diária é muito maior. “Não entendo o que é Carteira de Trabalho”, disse uma funcionária chinesa que trabalha no local há três meses, desde que chegou ao Brasil.