Ex-ditador argentino clama por golpe militar
O ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla, detido e condenado duas vezes a prisão perpétua por violações dos direitos humanos cometidas durante o período que chefiou a ditadura militar em seu país (1976-1983), clamou aos militares que estejam "entre 58 e 68 anos, que ainda estejam em condições físicas de combater" que se armem "novamente em defesa das instituições básicas da República", para dar um novo golpe contra a democracia argentina e derrubar a atual presidente do país.
Publicado 18/03/2013 17:58
Na entrevista a um jornal espanhol, o ex-ditador de 87 anos e atualmente detido na prisão de Campo de Maio, na Grande Buenos Aires, voltou a alegar a "honestidade" e a "prudência" de suas decisões, como pretexto, mais uma vez, para esquivar-se das atrocidades cometidas durante o período que exerceu a Presidência.
Voltando a repetir chavões que havia usado no passado para criticar o governo atual, usou de novo a questão dos desaparecidos políticos para tentar dar uma base ao seu clamor pela vingança e pelo retorno ao caminho ditatorial que a Argentina trilhou nos anos 1970 e 1980 do século passado.
Esta é a primeira vez que um ditador daquele período prega um golpe militar contra um governo constitucional de seu país, desde que a Argentina começou a encarcerar os ditadores e responsáveis que ainda estavam vivos pelas atrocidades cometidas naquela época
Videla foi julgado e condenado no processo que esmiuçou o esquema de roubo de bebês filhos de prisioneiros políticos implantado em sua época e por outros casos de crimes da ditadura.
Atualmente, Videla está sendo julgado por sua participação na chamada Operação Condor, o plano de ação conjunta entre as ditaduras do Cone Sul nas décadas de 1970 e 1980.
Com agências