PCdoB-Pará faz lançamento público das teses do 13º Congresso

O PCdoB no estado do Pará realizou na última sexta-feira (29) um debate sobre as Teses do 13º Congresso do Partido. O lançamento das teses marcou o início das discussões que a militância comunista paraense deverá travar sobre o balanço dos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff, o fortalecimento do Partido dentro dessas perspectivas, o balanço e tendências da atual crise sistêmica do capitalismo e a luta pelo socialismo.

O ato público teve a presença de militantes e dirigentes do PCdoB, além de representantes diversas forças políticas do estado como João Batista (PT), Zé Carlos Lima (PV), Joseni Nascimento (PHS) e Alan Pombo da direção estadual do PDT. A ex-deputada federal Socorro Gomes representou o Comitê Central do Partido. A atual presidenta do Conselho Mundial da Paz e do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) iniciou sua intervenção fazendo um informe sobre os debates e a apresentação das teses do Partido em todo o país. 

“O PCdoB está em processo de Congresso para ajustar sua orientação política para o próximo período, acerca da tática para fazer o Brasil avançar nas mudanças e renovar as perspectivas da luta pelo socialismo”, afirmou a dirigente.

Socorro fez uma análise dos governos Lula e Dilma, responsáveis por significativas mudanças na política brasileira. Ela falou da assunção de Lula ao poder, um operário nordestino, que uniu — através de um projeto voltado para a área social — diferentes forças de esquerda do país. “Esses governos são caracterizados pelo combate às desigualdades e à pobreza com forte cunho social”. Ela destacou os investimentos na área da educação e citou a criação da política de cotas – que possibilitou que milhões de brasileiros tivessem acesso ao ensino universitário em todo o país.

A dirigente enfatizou a busca pelo desenvolvimento nacional soberano e a integração do continente latino-americano. Ela citou as transformações do Mercosul e a construção da Unasul, do conselho de segurança das nações do sul e da Celac. “São fatos que demonstram o caminho do desenvolvimento, da integração e da soberania. A marca do governo Lula de não ficar amarrado ao imperialismo estadunidense, mas pelo contrário, buscar o fortalecimento das relações com países do Oriente Médio, da África e da América do Sul e Caribe”.

Ela falou ainda da consolidação das relações amistosas entre os países, a busca do fortalecimento da cultura da paz e a luta em todo o continente latino-americano contra o atraso das políticas neoliberais que durante décadas dominaram a região. “O governo Lula, assim como o governo do comandante Hugo Chávez na Venezuela e de Néstor Kirchner, na Argentina, travou uma grande luta contra a chamada herança maldita”. Socorro destacou a derrota da Alca que era uma anexação política e econômica para atender os interesses dos EUA.

Ainda segundo a dirigente comunista, o governo Dilma também dá importantes passos na busca de políticas públicas que garantam o desenvolvimento no Brasil. Socorro também levantou os problemas que as Teses do Partido indicam e que são consideradas amarras para assegurar o desenvolvimento nacional. “Do ponto de vista do PCdoB, entendemos que os governos Lula e Dilma ajudaram no processo de acumulação de forças. Nosso partido desde o começo ajuda e participa desse processo. Entendemos que é fundamental construirmos uma correlação de forças mais favorável. Muitas mudanças ainda não avançaram. Ainda há muita miséria, exclusão e concentração de riquezas no Brasil. Somos um dos países mais desiguais, mesmo com todos os avanços de Lula e Dilma”.

No caminho do aprofundamento das mudanças que a atual realidade brasileira impõe, Socorro destacou a necessidade das reformas estruturais. “Mesmo na saúde, que em tese temos legalmente positivada — por ser universal e gratuita — não possuímos recursos para investimentos”. Ela defendeu a taxação das grandes fortunas e a proibição do financiamento privado das campanhas políticas. “Essas são questões necessárias para podermos avançar do ponto de vista da democracia e da justiça social”.

Da redação do Vermelho,
Mariana Viel – com informações de Moises Alves