Unegro e CTB pedem um Brasil sem racismo e sem violência
A entidades fizeram uma nota em decorrência do Dia da Consciência Negra. Leia a íntegra do manisfesto
Publicado 20/11/2013 10:28 | Editado 04/03/2020 16:38

Saudamos este 20 de Novembro, Dia de Zumbi dos Palmares, Dia da Consciência Negra, e conclamamos a todas e todos de todas as raças a lutarmos contra o racismo e por uma sociedade melhor, livre dos grilhões da escravidão política e econômica que mantêm homens e mulheres subjugados.
Admitimos que o Brasil avançou enormemente na luta contra o racismo. A criação de organismos de promoção de políticas de igualdade racial, tanto no âmbito federal como distrital, é uma das provas deste avanço, assim como o é a adoção de políticas de inclusão, como as cotas em universidades e outras instituições públicas.
Mas as estatísticas que nos mostram que apesar de termos avançado de apenas 4% nas universidades para cerca de 20%, somos, nós negros, mais de 50% da população brasileira. Por outro lado, se realmente formos 80% do contingente de mais de 40 milhões de brasileiros que alçaram à classe média, ainda assim continuamos a minoria na inclusão social e econômica.
Sem falar que os negros brasileiros continuam recebendo os menores salários e ocupando a maioria das funções subalternas no mercado de trabalho. É necessário mencionar ainda que os jovens negros continuam sendo as maiores vítimas das mortes violentas e os principais alvos do aparelho policial, que quando não mata simplesmente, promove a tortura, a humilhação nas abordagens e toda a sorte de arbitrariedades.
Esta situação demonstra que é preciso avançar ainda muito mais na luta contra o racismo no Brasil. O mito da democracia racial brasileira precisa cair por terra definitivamente. É uma pretensão da elite nacional e, ainda, até de setores tidos como avançados, situação que camufla um racismo ainda mais cruel, pois silenciosamente subjuga os negros e os faz crer ser desnecessário se rebelar.
Daí a importância da Consciência Negra, da necessidade de nossos irmãos negros compreenderem que a liberdade ainda está por ser conquistada, que o nosso Brasil ainda não se libertou totalmente da escravidão, cujo fim foi decretado oficialmente há mais de 110 anos, mas que seus resquícios permanecem ainda muito presentes.
VIVA O 20 DE NOVEMBRO!
VIVA ZUMBI DOS PALMARES!