Urariano Mota: Valmir Jordão, poeta, irreverente e feroz
"Irreverente, meado de altura, um feroz humor. Autor de versos que hoje correm o mundo, tão antológicos que viraram quase domínio público", essas e muitas outras palavras foram usadas pelo escritor e jornalista pernambucano Urariano Mota para externar suas impressões sobre o poeta, também pernambucano, Valmir Jordão. A Coluna Prosa, Poesia e Política dessa semana conta um pouco da história desse artista nordestino.
Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo
Publicado 06/12/2013 17:34

De acordo com Urariano Mota, Valmir Jordão vem de uma geração que se convencionou chamar de poetas marginais do Recife. Com mais propriedade poderia ser dito que ele é herdeiro de uma geração de poetas radicais, que escrevem poesia além das páginas, na própria vida, no próprio corpo. Como uma tatuagem.
A seguir um techo de um poema de Valmir Jordão:
Dizem os bardos que uma cidade
é feita
de homens,
com várias mãos
e
o sentimento do mundo.
Assim Recife nasceu no cais
de um azul marinho e celestial,
onde suas artérias evocam:
Aurora, Saudade, Concórdia,
Soledade,
União, Prazeres, Alegria e Glória.
Mas nos deixa no chão,
atolados na lama
de sua indiferença aluviônica:
a ver navios com suas hordas
invasoras
e o Atlântico
como possibilidade
de saída…