Oposição e governo venezuelano criarão grupos de trabalho

O governo e a oposição venezuelanos vão criar grupos de trabalho para avançar na agenda de paz no país. Durante reunião em Caracas, na noite desta quinta-feira (24), os temas de pelo menos dois grupos de trabalho já foram definidos: uma possível anistia para os envolvidos nas situações de violência e uma comissão da verdade para investigar denúncias de tortura.

Oposição e governo venezuelano criarão grupos de trabalho - AVN

Foi a terceira reunião de diálogo em busca de solução para a crise na Venezuela. Governo e oposição receberam parentes de vítimas da tentativa de golpe de Estado, que tentou o então presidente Hugo Chávez, em 2002. As negociações se iniciaram no mês passado, durante reunião extraordinária de ministros das Relações Exteriores da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Participaram dos debates os chanceleres do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo; da Colômbia, Mariangela Holguín; e do Equador, Ricardo Patiño; além do núncio apostólico, Aldo Giordano, como representante do Vaticano.

Para a Associação de Vítimas do atentado, a sinalização do diálogo demonstra que “finalmente a oposição está reconhecendo que existem investigações sobre as 19 pessoas mortas e 110 feridos” durante o golpe. O secretário-geral da coalizão de partidos políticos de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD), Ramón Guilhermo Aveledo, disse que cada grupo de trabalho será representado por dois parlamentares oposicionistas.

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Do lado do governo, participou do encontro o vice-presidente venezuelano, Jorge Arreaza. “Concordamos com Ramón Aveledo que vamos fazer todo esforço para evitar que se repitam situações como a de 11 de abril de 2002. Que nunca mais haja um golpe de Estado neste país. Que nunca mais se utilize uma força policial para enfrentar o povo e procurar o derrocamento de um governo”, afirmou o vice-presidente depois da reunião.

Segundo o Itamaraty, ainda não há informações sobre como serão conduzidas as discussões. Após a segunda reunião de diálogo, no último dia 15, Luiz Alberto Figueiredo disse que tanto representantes do governo como da oposição condenaram a violência. A crise no país dura cerca de dois meses, com manifestações violentas que levaram à morte de 42 pessoas e mais de 600 feridos.

Fonte: Agência Brasil com informações da Telesur, da AVN e da Agência Lusa