Saúde em Goiás é o maior problema apontado por eleitores em pesquisa

A saúde em Goiás é o maior problema apontado pelos eleitores goianos em pesquisa Serpes/O Popular. A deputada Isaura Lemos, presidenta estadual do PCdoB, faz uma avaliação dos fatores que tornaram essa área problemática.

Isaura fala sobre problema da Saúde em Goiás

Pesquisa Serpes/O Popular apontou a saúde em Goiás como o maior problema no estado pelos eleitores goianos. A nota média da área ficou em 3,3. Um terço do eleitorado (33,1%) deu nota zero para a área. Apenas 24% consideram que o setor mereça mais que nota 5. A pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 29 de agosto passado.
O levantamento também mostra que, para a maioria dos goianos, a gestão por organizações sociais (OSs) nas unidades de responsabilidade do estado não garantiu resultados positivos. Questionados sobre os efeitos da transferência, 33,2% responderam que “não mudou nada”. Para 12,1%, a situação piorou. Outros 18,1% consideram que melhorou.
Na avaliação da deputada Isaura Lemos, presidenta do PCdoB Goiás, as OSs se declaram serem sem fins lucrativos, mas, na verdade, não têm o devido controle, desviam recursos através de serviços e compras terceirizadas. “Em nosso estado, ocorre justamente a falta de controle. Segundo denúncias do Poder Judiciário, através do juiz Eduardo Pio Mascarenhas, da 2ª Vara da Fazenda Pública, o qual tentou barrar esse processo de terceirização, os serviços são pagos pelo governo estadual previamente e independentemente de sua execução. Algumas dessas OSs já foram denunciadas em outros estados. Em nosso estado, tais OSs também já praticam irregularidades, como foi indicado pelo Ministério Público e por deputados da oposição com a nossa participação. Os servidores concursados são removidos ao bel-prazer dessas instituições, já que 50% podem ser contratados de forma direta, o que causou um caos em suas vidas”, afirma Isaura.
Ainda de acordo com a pesquisa Serpes/O Popular, Goiânia também registra o maior porcentual de nota zero para a saúde. Ao total, 45,6% dos entrevistados na capital avaliam da pior forma o setor. Na Região Central, o índice de nota zero foi de 35,1%.
O Serpes também perguntou ao eleitor qual a medida mais urgente para melhorar o sistema público de saúde em Goiás. Em uma lista com sete providências e resposta múltiplas, 53,3% dos entrevistados responderam que a principal necessidade é contratar mais médicos e profissionais de saúde. Outros 34,2% defenderam a construção de mais hospitais.
Para 31,6% dos goianos, é preciso remunerar melhor os médicos e profissionais de saúde e exigir mais deles. Um total de 23,2% consideram necessário melhorar a estrutura física das unidades de saúde e 21,3% cobram maiores investimentos em saúde preventiva.
Gargalo
Para a deputada Isaura, embora o programa federal Mais Médicos tenha trazido para Goiás a melhora do serviço básico do Sistema Único de Saúde (SUS), a população amarga com a falta de especialistas, as longas filas para cirurgias eletivas e a falta de leitos de UTI.
“Este é um grande gargalo do problema de saúde. Trata-se da falta de gerência social do governo nessa área essencial, tal como fica evidente no caso do Hugo, que recebeu R$ 50 milhões do Governo Federal para reforma e já apresenta problemas no atendimento”, disse.
Além disso, segundo Isaura Lemos, a falta de entendimento do governo estadual com a prefeitura de Goiânia acaba por dificultar ainda mais a solução nessa área. “A prefeitura culpa a falta de hospitais regionais, o que acarreta um déficit mensal de R$ 20 milhões, embora destine bem mais 15% previstos em lei para a saúde. O estado acusa a prefeitura de ficar com R$ 100 milhões/mês. Portanto, com condições de atender o interior.”
Foram entregues, em Goiânia, uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e dois centros de Atenção Psicossociais (CAPs). “A expectativa é a de que mais cinco cais sejam transformados em UPAs no esforço de melhorar o atendimento”, conclui.