RN: PCdoB comemora 93 anos com ato representativo e participativo
Militantes, amigos, parlamentares comunistas e lideranças dos movimentos sociais e sindicais lotaram o plenário da Câmara de Vereadores de Natal nesta quarta-feira, 25 de março, para comemorar os 93 anos de fundação e 30 anos de legalidade do Partido comunista do Brasil (PCdoB).
Publicado 26/03/2015 11:41 | Editado 04/03/2020 17:06

A solenidade foi uma proposição do vereador Cabo Jeoás (PCdoB), e objetivou reafirmar os princípios que sempre nortearam a luta do Partido ao longo de mais de nove décadas e que hoje se traduz na busca da realização de reformas estruturais e democráticas.
O vereador Jeoás parabenizou “todo o coletivo militante que mantém a luta e as características de um Partido que constrói o socialismo”, ressaltando a luta permanente do PCdoB pela mudança estruturadora do país, “que o brasileiro merece pela sua rica história de luta e dedicação à causa social”.
As diversas falas contextualizaram a história do PCdoB nos seus 93 anos de existência e pontuaram os principais embates desde a sua fundação, em 1922, como a Insurreição de 1935, o combate às Ditaduras no País, a reorganização em 1962, a Guerrilha do Araguaia, até os dias atuais, em que a busca por um novo modelo de desenvolvimento que passa necessariamente pelas batalhas políticas progressivamente acirradas pelas contradições do capitalismo em crise.
O presidente estadual do Partido, Antenor Roberto, fez uma fala de agradecimento e destacou a importância do momento em que se comemora mais de nove décadas do Partido. “Comemoramos com muita alegria nossa existência de 93 anos, mas devemos lembrar que este também é o momento de compreender cada vez mais o passado para seguirmos adiante”.

Para Antenor, o passado recente do país ensinou o PCdoB a ser um Partido revolucionário e ao mesmo tempo amplo. “Hoje, o desafio é responder a necessidade do povo por mais mobilidade, mais saúde, mais educação e mais segurança”, afirmou. Por isso, “o PCdoB tem a convicção de que é preciso seguir acumulando e apoia a realização de reformas democráticas estruturais”.
Os atos marcaram, também, uma ocasião privilegiada para o PCdoB apresentar à sociedade sua história, seus pensamentos e propostas. Neste sentido, o secretário estadual de Esporte e Lazer e presidente do comitê municipal do Partido em Natal, George Câmara, enfatizou o momento em que se dá a celebração do aniversário do Partido. “O PCdoB comemora seus 93 anos dentro de um processo de luta fundamental para sociedade, quando o Brasil caminha para saudar sua dívida com o povo e as forças reacionárias tentam encurralar o governo”, o governo progressista mais longo de nossa história.
E destacou o que considera ser a principal característica do Partido e que torna sua História singular. “O PCdoB não baixa a sua bandeira, não tem medo do enfrentamento”.
Debates
Na ocasião foi realizado um debate, PCdoB 93 anos e o Brasil Hoje: desafios e perspectivas”, com a participação da petroleira e dirigente do PCdoB/RN, Fátima Viana, e dos professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Anderson Santos, de Gestão Pública, e Wellington Duarte, do departamento de Economia.

Em seguida, o professor do departamento de Economia da UFRN e militante histórico do Partido, Wellington Duarte fez uma análise da conjuntura política e econômica, chamando a atenção dos presentes para existência de uma crise internacional ainda, no que pese alguns analista afirmarem que não.
Ele lembrou que a China, maior comprador de commodities do Brasil, cresceu 14% em 2008 e 7% em 2014. “Se alguma pessoa medianamente capaz de entender números olhar, verá que o país que dá dinamismo à Balança Comercial brasileira caiu pela metade”.
“Os que vociferam contra Dilma dizem que a inflação está descontrolada, o que é uma babaquice pois uma inflação de 6,45% se for alta, estaremos todos perdidos, embora o sonho de Miriam Leitão seja o de abrir o Bom Dia Brasil anunciando, enfim, uma inflação de 10%”, afirmou.
Para o professor, o que realmente trava esse país é a sua anacrônica estrutura econômica, cujas bases estão plantadas desde há muito tempo, e que se baseia numa economia patrimonialista. “É o capitalismo das ajudas, mas não dos deveres. Serve aos empresários e os trabalhadores são os intrusos nessa festa”.
Wellington finalizou sua exposição lembrando o quanto o regime democrático vivenciado pelo país deve ao Partido, por isso “temos orgulho da nossa história, das nossas lutas, dos nossos camaradas. Portanto, viva o Partido Comunista do Brasil nos seus 93 anos de existência”.
A última apresentação coube à petroleira e dirigente do PCdoB/RN, Fátima Viana. Ela tratou de importantes pontos da luta atual dos comunistas no Brasil, como a defesa do mandato legítimo da presidenta Dilma; a defesa da maior empresa do Brasil, a Petrobras; e da economia e da engenharia nacional, afirmando o papel que o conjunto das centrais sindicais e movimentos sociais estão sendo chamados a desempenhar.
O entendimento é de que a ofensiva tem indisfarçável propósito golpista e de que se faz necessário a mobilização total dos movimentos sociais e sindicais para intensificar a campanha na rua em defesa da Democracia, da Petrobras, da Reforma Política e dos direitos dos Trabalhadores.
A dirigente estadual do PCdoB/RN, Fátima Viana, fez uma análise da conjuntura e falou sobre o que está em jogo nesse acirrado confronto. A dirigente alertou para a violência política contra um governo que lidera a condução do maior ciclo progressista da história do país. Dessa forma, os setores conservadores inflamam a sociedade contra o movimento de mudança, às conquistas, ao pleno emprego, à valorização do salário e a cidades mais humanas.
Fátima alertou para o equivocado caminho do combate à corrupção com ilegalidade, e lembra que a bandeira de interrupção da institucionalidade é histórica no Brasil.
A dirigente denunciou, ainda, o movimento para desestabilizar o país através dos sistemáticos ataques à maior produtora de petróleo entre as empresas de capital aberto no mundo, a Petrobras. A tentativa é de desmerecer a Petrobras como empresa pública, tirar dela a condição de operadora única do pré-sal e mudar o regime de partilha para o regime de concessão, para que haja uma interrupção das políticas de conteúdo nacional, que garantem emprego e recursos para o país.
Para a dirigente, o momento desafia os comunistas e a classe trabalhadora a se articular frente à tentativa de golpe neoliberal que está em curso, para garantir a manutenção e o avanço do projeto de desenvolvimento econômico com distribuição de renda, justiça e inclusão social pela qual os movimentos sociais lutam.
Novas filiações
Com a imagem consolidada de um Partido politicamente amplo e vinculado ao aos trabalhadores, mulheres e jovens, o PCdoB recebeu, durante a realização do ato festivo, 20 novas filiações. Nomes como o de Marina Ferreira Aguiar, filha do comunista histórico Anchieta Lopes.

A dirigente estadual do Partido, a jornalista Jana Sá, fez a recepção aos novos filiados lembrando que o momento é de referenciar a luta daqueles que doaram suas vidas para que o Partido chegasse aos seus 93 anos. “É dessa maneira, com os olhos voltados àqueles que compõem o seleto rol dos agentes ativos de construção das liberdades vigentes em nosso país que recebemos os novos filiados”.
Referindo-se à filiação da jovem Marina Aguiar, aos 16 anos, Jana enfatizou a importância de fazer a militância no PCdoB tendo em mente que o legado de pessoas, como a de Anchieta Lopes, deve servir de guia para luta política e partidária.

De Natal, Jana Sá