Petroleiros de todo o país fazem greve de 24 horas nesta sexta-feira
Mobilizados pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), os trabalhadores do setor de petróleo iniciaram greve de 24 horas a partir da zero hora desta sexta-feira (24). As pautas são: a defesa dos empregos e dos investimentos na estatal, além de apontar à sociedade brasileira o que está por trás do PL 131, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), que quer tirar da estatal o papel de operadora única do pré-sal, assim como 30% dos blocos já licitados.
Publicado 24/07/2015 10:46

Segundo a FUP, a greve nacional de 24 horas, representa o inicio de uma árdua batalha que os petroleiros terão pela frente, que é impedir a retirada de milhares de postos de trabalho, caso a Petrobras ponha em prática o seu novo Plano de Gestão e Negócios – 2015/2019 – que visa o corte de US$ 89 bilhões em investimentos e despesas, bem como a venda de ativos de patrimônio da companhia, da ordem de US$ 57 milhões.
A luta continua em Brasília
A partir do fim da primeira semana de agosto, quando será finalizado o recesso do Congresso Nacional, os petroleiros voltarão à Brasília, para retomar a luta contra a aprovação do PL 131, o projeto do senador José Serra que quer entregar o pré-sal às multinacionais. Há cerca de duas semanas, representantes da FUP e seus sindicatos, assim como petroleiros de várias estados do Brasil e diversos integrantes de movimentos sociais, fizeram forte pressão no senado e conseguiram derrubar o regime de urgência do PL que seria votado na segunda semana do mês de julho. Essa foi a primeira batalha ganha em uma luta que só está começando. A mobilização dos petroleiros em conjunto com os movimentos sociais e outras categorias reverteu, em apenas três semanas, um quadro que estava totalmente a favor da aprovação do PLS 131, que abre caminho para retirar o pré-sal do controle do Estado e entregar essa riqueza às multinacionais.
O projeto foi remetido para uma Comissão Especial, que terá 45 dias para debater a proposta entreguista de Serra, de retirar a Petrobras da função de operadora única do pré-sal e acabar com a garantia legal de participação da empresa em pelo menos 30% dos campos exploratórios. Logo em seguida, o projeto volta ao plenário para apreciação. A luta, portanto, continua e, mais do que nunca, é urgente que os petroleiros aumentem a pressão, seguindo o indicativo da FUP de estado de greve e assembleia permanente.
O movimento dos petroleiros terá continuidade na próxima terça-feira (28), quando a CUT realiza em Brasília um novo ato contra os rumos da economia. Nesse dia, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) inicia mais uma reunião, e na quarta-feira deve anunciar mais um aumento da taxa básica de juros (Selic).
Reivindicações dos petroleiros
1 – Manutenção de todos os direitos dos trabalhadores
2 – Recomposição do efetivo
3 – Nova estrutura organizacional
4 – Nova política de saúde, meio ambiente e segurança
5 – Manutenção da Petrobras Distribuidora S/A
6 – Manutenção dos investimentos nos campos maduros
7 – Incorporação integral de unidades controladas e subsidiárias (entre elas a Transpetro)
8 – Conclusão dos projetos iniciados em 2014 (Abreu e Lima, Comperj, Fafen e plataformas)
9 – Manutenção dos investimentos na indústria nacional
10 – Disponibilidade Unidades Termelétricas para atendimento das necessidades do país
11 – Manifestação de plena condição e de interesse em permanecer como operadora única dos campos do pré-sal
Confira o quadro nacional de greve:
Nas bases de Terra do Norte Fluminense, a paralisação começou no Terminal de Cabiúnas, às 23h30, quando os trabalhadores entregaram a produção da unidade. O acesso à carga de gás do terminal também está bloqueado.
As plataformas da Bacia de Campos também aderiram à greve e, até o momento, quatorze plataformas entregaram a operação das suas unidades. São elas: PCH-1, PVM-3, P-65, P-55, P-48, P-47, P-37, P-33, P-26, P-19, P-18, P-09, P-08, P-07.
No estado de São Paulo, todas as unidades operacionais como as refinarias Replan e Recap, assim como terminais da Transpetro em Barueri, Recap, São Caetano, Guararema, Guarulhos e Usinas Termoelétricas estão paralisadas. Nestas unidades houve corte de rendição. Nas áreas administrativas, a greve também teve adesão de trabalhadores próprios e terceirizados.
Nas unidades da Reduc, Terminal de Campos Elíseos (TECAM) e Usina Termoelétrica Governador Leonel Brizola, o corte de rendição começou às 23h de ontem. O Sindipetro Caxias montou um acampamento na frente destas unidades, onde estão sendo realizadas diversas mobilizações de conscientização sobre a importância da greve. Em solidariedade à greve dos petroleiros, também estão presentes no movimento diversos integrantes de movimentos sociais, estudantis e de outras categorias.
Em Minas Gerais, não houve troca de turno nas unidades da Refinaria Gabriel Passos (Regap), na Termoelétrica Aureliano Chaves, na Usina de Biodiesel Darcy Ribeiro, em Montes Claros e no terminal da Transpetro em Juiz de Fora. A paralisação começou às 23h30 de ontem. A greve também teve adesão de trabalhadores das áreas operacionais e administrativas destas unidades. Na manhã de hoje, o Sindipetro MG realiza um ato na frente da refinaria.
No Espírito Santo, todas as unidades operacionais tiveram corte de rendição à zero hora de hoje. Os trabalhadores da UTG, em Linhares, da UTG-SUL, em Anchieta, dos terminais da Transpetro Barra do Riacho, em Aracruz e do TEAVIT, em Vitória, não fizeram a troca de turno e estão realizando apenas as operações padrão. O pátio de estocagem de equipamento de apoio marítimo (TINS) às plataformas do estado também está paralisado. No EDIVIT, edifício sede da Petrobrás em Vitória, a paralisação começou às 5h de hoje. Em todas as unidades do estado, a greve teve adesão de trabalhadores próprios e terceirizados.
No Paraná, o movimento de greve está forte na Repar, nos terminais da Transpetro (Six, Tepar, Teguacu , Tefran, Tejai e Temirim), assim como nas unidades administrativas, com adesão dos trabalhadores próprios e terceirizados. Na Fafen-PR, a paralisação começou às 23h30 de ontem.
Houve corte de rendição e os trabalhadores não fizeram a troca de turno na Refap. Até o fechamento deste informe, não obtemos informações sobre o movimento de greve nos transpetro no estado.
Em Pernambuco, a paralisação começou forte no Terminal de Suape.
Na Bahia, a paralisação acontece em todas as unidades do estado: campos de Candeias, Santiago, Bálsamo, Taquipe, Araçás/Imbé, Buracica, Miranga, assim como na PBIo, Fafen, UTE, Arembepe, UTe Rômulo Almeida, Ute Muricy, UTE Bahia 1, Transpetro, Bacam Gascac , RLAM, conjunto Pituba, COFIP, Universidade Petrobrás e UTE Celso Furtado. A paralisação foi aderida por trabalhadores próprios e terceirizados. O corte de rendição também começou à zero hora.
No Ceará, os trabalhadores não estão emitindo permissão de trabalho (PTs) nas plataformas marítimas, na Petrobrás Biocombustível (PBIO), na Lubnor e no terminal da Transpetro. A greve foi aderida por trabalhadores das áreas operacionais e administrativas.
No Rio Grande do Norte, todas as bases estão paralisadas. Na sede administrativa da Petrobrás em Natal, a greve teve adesão de 90% dos trabalhadores próprios e terceirizados, assim como na mesma unidade de Mossoró. Na manhã de hoje, representantes do Sindipetro RN fizeram um bloqueio na BR 304, que dá acesso a essa base. Nas plataformas do estado, o movimento de greve também é intenso e houve suspensão de Permissões de Trabalho (PTs) desde às 7h desta sexta. No Pólo de Guamaré, local que recebe e processa toda produção de petróleo do estado, houve corte de rendição e, os trabalhadores que permanecem nas unidades, efetuam apenas as operações padrão.
No Amazonas, a greve começou na principal unidade do estado, que é a Refinaria de Manaus (Reman), onde a rendição foi cortada desde às 23h de ontem. Nas demais unidades do estado como Serviço Compartilhado, Terminal sede da Transpetro e DGN,Terminal Aquaviário de Coari e sede da Engenharia, a greve também foi aderida por trabalhadores próprios e terceirizados das áreas operacionais e administrativas.