Venezuela: justiça aponta Leopoldo López como culpado por protestos 

O Ministério Público (MP) da Venezuela considerou, na noite desta segunda-feira (30) que o líder opositor Leopoldo López, preso há mais de um ano, é culpado pelos protestos violentos de fevereiro de 2014, que resultaram na morte de 43 pessoas. López é acusado de crimes de instigação pública, associação para delinquir e conspiração.

Leopoldo López - EFE

O julgamento, que entrou em fase de conclusão, deverá ser retomado na próxima quinta-feira (3). Pela acusação do MP, o ex-prefeito de Chacao pode pegar até 14 anos de prisão.

O texto divulgado pelo órgão venezuelano leva em consideração o que foi afirmado por especialistas na análise do discurso que participaram no julgamento. Eles afirmaram que o “dirigente fez pronunciamentos, por meio de meios de comunicação e redes sociais, que claramente incitaram seus seguidores a gerar violência nas ruas e a desconhecer o governo nacional e as instituições do Estado venezuelano”.

A sentença ocorre após a realização de 70 audiências do julgamento e mediante 108 supostas provas de que López teria tido influência sobre seus seguidores nos atos de violência que ocorreram no país, entre eles um ataque à sede do Ministério Público em Caracas em 12 de fevereiro, marco inicial das jornadas de protesto, que se estenderam até junho de 2014.

O opositor foi detido por ser, de acordo com o governo, um dos líderes do movimento “A saída”, plano que pretendia a saída do presidente Nicolás Maduro do poder.

Além de López, respondem pelos atos de fevereiro de 2014 Demian Martín e Ángel González, acusados de conspiração e instigação pública, e Marco Coello e Christian Holdack, sobre os quais se somam, além das acusações de incêndio e danos ao patrimônio público.