Unidade da esquerda marca ato em defesa de Lula em Fortaleza

Um dia memorável, que reuniu gerações e pensamentos numa bandeira forte: a unidade. O ato realizado na tarde desta quarta-feira (04), em Fortaleza, reuniu milhares de manifestantes, que se somaram aos milhões em todo o país na defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da democracia.

Unidade da esquerda marca ato em defesa de Lula em Fortaleza - Regiane Oliveira

As mobilizações aconteceram no dia em que o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julga o habeas corpus preventivo com o qual a defesa de Lula luta para evitar sua prisão após condenação pela segunda instância da Justiça Federal.

A concentração na Praça da Bandeira, consolidado local de manifestações da esquerda na capital cearense, reuniu as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, centrais sindicais, partidos políticos, parlamentares, representantes de diversas frentes dos movimentos sociais, sociedade civil organizada, servidores públicos, pessoas ligadas à educação, saúde, área jurídica, bancários e diversas outras áreas de atuação. Unidos, jovens, homens e mulheres, defendem a unidade contra o fascismo, a democracia, e a solidariedade a Lula e seu direito de ser candidato. Durante a manifestação, teve tribuna livre e apresentação de Hip Hop, com a banda Guetos Roots.

O pré-candidato à Presidência da República pelo PSol, Guilherme Boulos, participou da manifestação em Fortaleza. Em sua intervenção, ele afirmou que “quando o judiciário resolve fazer política, isso não é democracia”. O militante do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) reconheceu haver diferenças entre as esquerdas e que elas são legítimas, mas defendeu a unidade neste momento de ameaças à democracia. “Nossas diferenças não nos impedem de nos unirmos em prol de uma grande e forte frente em defesa da democracia. Vamos juntos enfrentar o fascismo, pois a intolerância não faz parte do nosso vocabulário”, ratificou.

Sobre as recentes declarações feitas pelo General Villas Bôas, comandante do Exército, que na véspera pressionou o STF sobre o julgamento de Lula, Boulos defendeu. “Para essas pessoas deixamos nosso recado: eles não nos intimidam. Nossa resposta está nas ruas. Fazemos parte da linha justa da História e estamos juntos nesta caminhada”.

Ao longo da manifestação, representantes de várias frentes participaram com discursos. A servidora pública do IFCE, Raquel Andrade, considera que a unidade popular e da esquerda, marca do ato em Fortaleza, ultrapassa a defesa da maior liderança política do país. “Vejo aqui a luta em defesa da democracia e do Brasil. Vejo Lula aqui em cada passo que cada um de nós estamos dando. A nossa esperança é a prova de balas! Lutar por Lula é lutar pela democracia, é lutar por um futuro digno para os nossos filhos.Nossos corações jamais serão encarcerados. Mulheres de luta. Por Lula!”, afirmou.

As manifestações de apoio não vieram só daqueles que participavam do ato. Quer nas rodas de conversas ou nas intervenções, a unanimidade em questionar a falta de provas e a condenação de Lula. E exemplos de apoio não faltaram: uma senhora que estava dentro de um ônibus do transporte coletivo pediu o microfone e gritou “Lula Livre!”. Já um vendedor ambulante disse “Viva o papai Lula”.

A caminhada saiu da Praça da Bandeira, percorreu as ruas do Centro, região de maior concentração popular da capital, e o ato teve seu ápice na Praça da Justiça Federal.