Guerra revela os limites do poderio dos EUA
O último dia 9 marcou a passagem do quarto ano da guerra de ocupação e pilhagem dos Estados Unidos da […]
Publicado 11/04/2007 19:18
O último dia 9 marcou a passagem do quarto ano da guerra de ocupação e pilhagem dos Estados Unidos da América sobre o Iraque, contra os povos árabes. Uma guerra na qual o imperialismo estadunidense esbanja seu poder de destruição e matança e, simultaneamente, por contraditório que pareça, explicita seus limites e declínio.
Desde o fim da União Soviética, em 91, o mundo passou a ser regido pela tutela militar e política de uma única potência. Essa guerra, desgraçadamente, ainda vai ceifar muitas vidas, mas talvez a história venha tê-la como símbolo do começo do fim dessa horrenda etapa da vida dos povos marcada pela superioridade absoluta do imperialismo estadunidense sobre o mundo.
A estatística das guerras sempre foi outra contenda. Sobre a matança, números da ONU indicam a morte de 34 mil civis; para outras entidades e instituições o número de vítimas supera os 65 mil. Nada se diz dos milhares de mutilados e feridos. Quanto aos gastos, oficialmente a Casa Branca reconhece a cifra de 290 bilhões de dólares. O ''New York Times'' contesta e fala que os ''gastos diretos'' podem chegar a 700 bilhões de dólares. Outras cálculos apontam algo em torno de 300 milhões de doláres por dia.
Embora valiosos, os números são frios. Não revelam quanta dor e quanto sangue derramados, o sofrimento das famílias desfeitas pela tragédia, as lágrimas de milhares de órfãos.
Por outro lado, a mídia minimiza ou banaliza os ''grandes feitos'' da máquina de guerra. Inocenta os crimes de Bush. O aparato tecnológico bélico que reduz ''a pó e a pus'' cidades e pessoas é enaltecido, é apresentado com glamour.
Nada se diz da heróica resistência do povo árabe-iraquiano. Quando há 4 anos as tropas de Bush tomaram Bagdá, vendeu-se a imagem de que elas foram recebidas sob salva de palmas. Essa mentira se revela no número de soldados mortos do exército invasor: mais de 3.200. Essa resistência de um povo que se recusa a ser escravo, que enfrenta a maior potência militar do planeta, em adversas condições, precisa continuar recebendo a solidariedade de todos aqueles que tem compromisso com a paz e com a soberania dos povos. A humanidade tem um débito com essa resistência árabe, o mesmo débito que, no passado recente, teve para com os povos que estiveram na linha de frente para derrotar o nazismo-fascismo.
Débito que em parte foi resgato, com as freqüentes manifestações em todas as partes do mundo contra essa infame guerra de Bush. Se essa guerra simboliza retrocessos e o poderio do imperialismo, as grandes jornadas pela paz que se realizaram e continuam a acontecer, representa o levante do povos e sua ascendente resistência. Por onde se desloca, o tirano responsável pela carnificina é execrado.
O tirano perde força no seu próprio país. Sua popularidade se reduz, seu partido sofre sucessivas derrotas e camadas cada vez maiores da sociedade se opõem à guerra.
Emergem governos patrióticos, democráticos e populares na América do Sul. Surgem articulações e acordos entre países em desenvolvimento que contestam os ditames de Washington.
Infelizmente, não se vê um fim próximo dessa guerra. Tão pouco, pode-se cultivar qualquer ilusão quanto à capacidade destrutiva e corrosiva dos Estados Unidos da América. Conduto, esse imperialismo já não reina absoluto e soberano, tem contra si um número cada vez maior de povos e países que com a bandeira da paz e da soberania nos punhos se levanta para construir um outro mundo.