Hugo Chávez: hasta la vida, Comandante!

O presidente Hugo Chávez, da Venezuela, não é um homem de recuar ante as dificuldades. Aliás, como o definiu a […]

O presidente Hugo Chávez, da Venezuela, não é um homem de recuar ante as dificuldades. Aliás, como o definiu a deputada e dirigente socialista venezuelana María León ante a notícia da volta do câncer do qual ele havia se curado, ele é o “homem das dificuldades” da mesma maneira que, no passado, o Libertador Simón Bolívar havia definido a si próprio como “filho das dificuldades”.

Homem das dificuldades e de seu enfrentamento. O anúncio da volta da doença e da necessidade de afastar-se do governo para ser submetido a outra cirurgia em Cuba ocorreu em 8 de dezembro, sábado. É uma data carregada de significados, véspera do dia da comemoração dos 188 anos da vitória do marechal Sucre na batalha de Ayacucho, que sinalizou a derrota dos colonialistas espanhóis na América do Sul.

Chávez não recua ante dificuldades políticas ou pessoais. Foi com a disposição de um libertador que enfrentou a prisão, em 1992, depois de comandar o levante contra o governo direitista e de traição nacional de Carlos Andrés Pérez. Com o mesmo espírito altaneiro enfrentou aqueles que tentaram sua deposição, em 11 de abril de 2002, quando afastou qualquer dúvida que pudesse haver sobre sua ligação com o povo e com a luta por uma Venezuela – e uma América – democráticas, livres, socialistas e avançadas.

Este mesmo espírito de luta esteve presente quando, no ano passado, foi descoberta a doença que agora volta a se manifestar. Ao embarcar, na madrugada de ontem (9) para ir a Cuba tratar-se, este espírito de resistência e confiança no futuro comandou a voz de Chávez: “¡Hasta la vida siempre!”, disse ele. “¡Hasta la victoria siempre”, completou. “Somos guerreiros da vida!”

A notícia da doença comoveu a Venezuela e os democratas e socialistas do mundo. E despertou também a especulação conservadora e suas apostas no retrocesso e no caos. A reação do povo venezuelano mostrou que não ocorrerão. A manifestação de unidade e serenidade do povo e das forças avançadas na Venezuela é a garantia da continuidade do processo revolucionário dirigido por Hugo Chávez. A coesão demonstrada em torno do vice-presidente Nicolás Maduro revela a maturidade do processo político que, como disse o próprio Chávez, não depende de uma única pessoa (ele mesmo), mas da decisão do povo venezuelano e seus líderes de levar o processo adiante.

Nicolás Maduro fora indicado, como exige a Constituição venezuelana, para ocupar a vice-presidência e recebeu de Chávez a incumbência de substituí-lo, se for necessário, e levar a revolução adiante.

Maduro, que foi motorista de ônibus e sindicalista, foi chanceler desde 2006, antes de ser vice do presidente revolucionário, é um chavista de primeira hora, com fama de ser muito calmo e comedido. É também um dos principais formuladores do pensamento revolucionário na Venezuela.

Para ele, calma não significa tibieza, e já deu fartas demonstrações disso. Por exemplo, quando enfrentou a arrogância da diplomacia dos EUA. Como chanceler ele foi um firme condutor da diplomacia anti-imperialista e se juntou aos esforços para fortalecer a resistência dos povos em luta pela soberania. Sua reconhecida amabilidade diplomática não o impediu, em muitas ocasiões, de tomar atitudes duras e manifestar opiniões incisivas, como numa ocasião em que, enfrentando a soberba do governo dos EUA, referiu-se ao subsecretário de Estado John Negroponte como um “funcionariozinho”.

Todos os sinais indicam o acerto da escolha de Chávez. Não há dúvida, na Venezuela, sobre a liderança de Maduro entre as áreas civis e militares do governo. Mesmos as apostas conservadoras esbarram no reconhecimento de que o amplo consenso que existe em torno de seu nome indicam a continuidade das mudanças e a escassa possibilidade de uma crise política.

Sendo protagonista de primeiro plano na Revolução Bolivariana, Maduro esteve até agora no banco de reservas, da vaga do presidente. Passou, com a doença do líder, a ocupar a posição principal. O mundo espera – os democratas, os socialistas, a resistência anti-imperialista, todos os que lutam para construir um futuro avançado esperam – que volte logo ao banco de reservas e que continue, em com o mesmo destaque revelado até agora, a contribuir para a construção do socialismo do século 21, sob a direção de um presidente Hugo Chávez prontamente restabelecido e recuperado, vencedor desta nova batalha contra a doença. Hasta la vida, comandante!