Imprensa X Forças Armadas

O governo certamente tem erros e equívocos, mas a sua popularidade não é gratuita. Decorre de fatores objetivos como o crescimento econômico, o saldo da balança comercial e a geração de emprego recorde. Os programas sociais se expandiram, o serviço público vem sendo parcialmente recuperado e o salário mínimo experimentou o maior crescimento real de toda a sua história, ultrapassando o patamar dos 200 dólares. Ainda pouco, mas bem maior do que os 70 dólares que a direita pagava na época de FHC.

Além disso, como a direita se orienta por uma agenda essencialmente negativa e preconceituosa – fartamente divulgada pela chamada grande mídia – lhe falta credibilidade tanto para enfrentar o governo quanto para apresentar uma alternativa além do que Lula está fazendo. Ela quer retornar, não avançar.

Mas a pesquisa também quis saber em quais instituições a população brasileira mais confia.

Congresso, polícia, governo federal e justiça continuam muito mal avaliados, em patamares que oscila entre 0,5 e 11%. Mas tem novidades.

A igreja continua liderando, embora a sua “credibilidade” tenha se reduzido para 39,4%. As Forças Armadas, que já foram ao “fundo do poço” no passado, ocupam o 2º lugar com 16,5%. E a grande novidade é o reduzido percentual obtido pela imprensa e meios de comunicação, de apenas 12,7%. Esse percentual é muito inferior à média histórica atribuída aos meios de comunicação.

Tudo leva a crer que essa queda de popularidade está intrinsecamente associada à postura acrítica que os meios de comunicação têm adotado em relação às forças de direita.

Ainda há tempo para a correção de rumos. Mas a ausência de figuras como o saudoso Ruy Alencar, da TV a Crítica, que nos abandonou prematuramente, certamente fará muita falta a esta empreitada.