O desafio
O Brasil vem alcançando nos últimos oito anos importantes índices de crescimento econômico, conseguindo reverter os deploráveis ciclos anteriores de estagnação, muitas vezes combinados com inflação. Portanto, não é por acaso que o presidente da República
Publicado 15/11/2008 16:42
Com a atual crise financeira internacional todos os países serão afetados de uma forma ou de outra. Já é possível afirmar com bastante segurança que o desastre econômico mundial, deflagrado pela louca ganância dos financistas norte-americanos, com o apoio de Washington, vem encontrando sólida barreira nos fundamentos adotados pelo governo brasileiro.
Mesmo assim, será impossível que o Brasil escape ileso da tempestade que assola a economia mundial. Dessa maneira, as previsões de um crescimento acima de 6% ao ano foram reformuladas para baixo. Estima-se que poderemos alcançar a taxa de 2,5 a 3,5% no próximo ano. É algo significativo diante da recessão que atinge as economias dos países desenvolvidos, tanto na Europa como especialmente os EUA. Mas esses números significam algo de muito insuficiente quando nos debruçamos sobre a realidade nacional.
Porque é imperioso que o país consiga alcançar uma tendência persistente, contínua, de desenvolvimento, em níveis não inferiores a 7% ao ano, durante duas décadas. Assim, uma queda de dois ou de três pontos percentuais é bastante significativa em um país com dimensões continentais, com uma população de 170 milhões de habitantes, e uma economia industrial complexa como é a nossa.
Essa ressaca homérica, conseqüência do instinto predador do capital rentista, será muito mais prejudicial aos países emergentes, em última instância, do que às nações desenvolvidas. O Brasil, por exemplo, apesar da grande geração de emprego e renda dos últimos anos, possui uma extraordinária dívida social.
Por isso, precisamos de duas décadas dessas taxas de crescimento acima de 7% ao ano, no mínimo. Gerando empregos, produzindo riqueza essencial a um desenvolvimento estratégico do Estado brasileiro e no interesse nacional.
Investindo em infra-estrutura, em educação, ciência e tecnologia, defesa nacional, saúde, habitação, segurança pública e o mais que for necessário.