O ilimitado masoquismo petista (II)

Requentando falsas informações, o ultraconservador jornal O Estado de São Paulo dispara suas baterias contra Lula, respaldando as mentiras do empresário Marcos Valério que pretende reduzir sua pena de mais de 40 anos de prisão com uma incerta delação premiada. Para atingir Lula e Dilma, a velha mídia conservadora, venal e golpista cede todo o espaço que for necessário. Nesta terça-feira 11 o Estadão dedicou nada menos que três páginas para albergar as mentiras de Marcos Valério ao Ministério Público em 24 de setembro último.

A Rede Globo aproveitou para dedicar o maior tempo do seu Jornal Nacional para destacar as mentiras valerianas segundo as quais o dinheiro do “mensalão” serviu para pagar despesas pessoas do presidente Lula e que este deu sinal positivo para os empréstimos bancários fraudulentos. Indignado, Lula desmentiu, e a presidenta Dilma Rousseff, em Paris, lavrou o seu protesto contra mais esse espetáculo midiático.

A realidade é que os petistas não querem se convencer de que quanto mais agradam a velha mídia, mais pancada leva. Uma verdadeira fortuna é jogada anualmente nos cofres do GAFE – Globo, Abril, Folha e Estadão. Dinheiro público que deveria ser melhor distribuído, em especial fortalecendo a imprensa alternativa que, por incrível que pareça, não tem tido vez nos governos petistas tanto em nível federal como estadual e municipal. Já estão chamando o PT de mulher de malandro: quanto mais apanha, mais gosta.

Em Fortaleza é um verdadeiro desastre a área de comunicação. Os programas que mais batem no Lula e na Dilma são os que mais verbas publicitárias recebem da Prefeitura. O pior é que os programas de rádio que se posicionam contra a velha mídia e a favor dos governos Lula e Dilma são tratados a pão e água. Pior, são perseguidos pela Divisão de Censura que foi criada oficiosamente na administração Luizianne Lins. É uma mancha que a jornalista e professora do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará vai levar consigo para o resto da vida. O coordenador de Comunicação também. Mas este é um assunto para um outro artigo.

Enquanto os petistas se acovardam e se põem de quatro diante do baronato da mídia, os neo-udenistas festejam e preparam novos ataques. Antes batiam às portas dos quartéis; agora, sempre mancomunados com a velha mídia, flertam com a cúpula do Judiciário na esperança de repetir aqui o que aconteceu no ano passado no Paraguai com a destituição do presidente Fernando Lugo, democraticamente eleito.

A Suprema Corte brasileira tem traído a Constituição da República, a democracia e o próprio povo brasileiro. Assim foi em 1948 com o respaldo à cassação dos parlamentares comunistas; em 1964 corroborando com os militares golpistas mesmo com o presidente João Goulart ainda em solo brasileiro; recentemente anistiando aos torturadores e demais criminosos da ditadura militar; e agora com o julgamento da Ação Penal 470, condenando a pesadas penas sem nenhuma prova documental. Tudo para atender à direita insana e sua mídia monopolista.

A direita e sua velha mídia articulam um golpe de Estado de novo tipo e só os petistas não percebem. Várias foram as oportunidades para desmascarar os inimigos da democracia, da soberania nacional e do progresso social. Várias vezes o cavalo passou selado e os petistas não montaram. O requerimento feito pelo deputado Protógenes Queiroz, do PCdoB de São Paulo, para investigar a privataria tucana, com farto material comprovando o verdadeiro maior escândalo de corrupção de toda a história republicana foi desconsiderado pelos petistas. O presidente da Câmara, deputado Marco Maia, do PT gaúcho, simplesmente engavetou.

A CPI da privataria tucana seria uma oportunidade ímpar para escancarar a mala preta demotucana. Mesmo com o boicote da velha mídia, como foi feito com o livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, seria impossível todos os veículos esconderem o que a TV Câmara iria transmitir ao vivo. Ainda hoje não está bem claro por quê os petistas temeram e não instalaram a CPI da privataria tucana, já que Protógenes Queiroz colheu mais de 200 assinaturas quando o mínimo necessário é de 173.

Não é à toa que os petistas estão sendo chamados de mulher de malandro. Não é possível que não aprendam!