Como fala o governo
Quantas vezes já não se disse em relação a este ou àquele governo que é fraco porque não tem uma boa comunicação? Em geral, a sentença se refere a um desempenho supostamente deficiente da assessoria de imprensa ou da propaganda institucional. Pode até ser, em algum caso. Mas o “x” da questão não está aí, e sim nos gestos de governo. Em outras palavras, como o governo fala.
Publicado 09/01/2013 12:12
Isto porque governos se comunicam antes de tudo através do gesto, da atitude, do modo de fazer, de cumprir compromissos assumidos perante a população. O fato concreto é que serve de matéria prima ao trabalho da equipe de comunicação. Governos inoperantes, arredios ao contato com o povo, avessos ao debate com a sociedade e ensimesmados dificilmente serão bem sucedidos política e administrativamente.
No Recife, estamos praticamente na primeira semana de governo. O prefeito Geraldo Julio e equipe têm praticado gestos marcantes, gerando excelentes oportunidades de mídia e, sobretudo, impacto muito positivo na população. Alguns analistas da imprensa atribuem o fato a um inteligente plano de marketing, desconhecendo o essencial – a concepção de governo.
Em boa medida, o que fazemos agora é continuidade do que fizemos na campanha: o diálogo permanente, amplo, consistente e criador com a população permeando, agora, o esforço diligente de por em prática o Programa com o qual nos comprometemos (e, inclusive, registramos em cartório).
Já no primeiro dia estávamos no terreno onde será construído, em doze meses, o Hospital da Mulher – um dos compromissos destacados de campanha relativo à saúde e à política de gênero. Depois, o prefeito, seu vice-prefeito e equipe têm comparecido aos mutirões de limpeza, que denominamos “Operação Faxina Geral”, destinado a recolher o lixo e o entulho acumulados em praticamente todo o território da cidade. E assim por diante. A agenda é intensa.
Jamais se viu uma campanha para cargo executivo no Recife que tenha ouvido tão amplamente a população, seja através do diálogo com mais de sessenta entidades e instituições representativas de segmentos sociais, seja no contato direto com as pessoas. O governo se inicia nesse mesmo diapasão, ouvindo, explicando, dialogando, compartilhando ideias e ações.
E assim deverá prosseguir, de maneira mais aprimorada ainda na medida em que melhor se estruture organizativamente e defina o uso de instrumentos institucionais como o Orçamento Participativo e os Conselhos setoriais, acrescentados do contato direto com as pessoas.
Trata-se, portanto, de uma concepção, de um conceito do modo de governar – e não de simples jogada de marketing.