Um ato e uma comemoração
Participei na segunda-feira (22) do grande ato sindical unitário do grupo dos trabalhadores da Comissão Nacional da Verdade, coordenado pela Dra. Rosa Cardoso, no Sindicato Nacional dos Aposentados.
Publicado 25/07/2013 17:24
Além de vários dirigentes sindicais e de participantes vivos da resistência à ditadura (e da memória reverenciada de alguns mortos) fizeram-se representar as dez centrais sindicais (dez, sim, porque a Intersindical conta como duas): CGTB, CSB, CSP-Conlutas, CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical I, Intersindical II, Nova Central e UGT (sigo a ordem das logomarcas no panfleto de convocação).
O motivo do ato unitário foi a comemoração dos 30 anos da Greve Geral de 21 de julho de 1983.
Sobre este acontecimento, um dos marcos do fim da ditadura militar, muitas coisas ainda merecem ser registradas.
O movimento sindical, agredido pelo governo militar, com o Decreto Lei 2012 de arrocho salarial e sedento de ação unitária e democrática, preparou a greve com uma estratégia deliberada de esvaziamento das cidades, em particular de São Paulo.
Enfrentando aqui, em São Bernardo e em muitas outras localidades a brutalidade da repressão policial, conseguiu seu objetivo – as cidades pararam.
Quando os dois grandes dirigentes nacionais da greve, Joaquim dos Santos Andrade e Jair Meneguelli, às 17 horas, do dia 21, deram uma entrevista coletiva à imprensa na Assembleia Legislativa de São Paulo, puderam dizer que “os trabalhadores unidos transformaram com sua greve uma quinta-feira de trabalho em um domingo sereno”.
Contados três meses exatos da greve, aconteceu no Congresso Nacional a primeira derrota de um Decreto Lei da ditadura, o 2045, última forma na sucessão de decretos de arrocho salarial daquele ano.
O ato da Comissão Nacional da Verdade e a comemoração dos 30 anos da greve mostram que o movimento sindical tem força, tem história e é um dos mais relevantes esteios da democracia e do progresso social no Brasil.