Sábado Resistente discute o movimento LGBT na ditadura militar

Próximo dia 24, às 15h, debate inaugura a exposição virtual Orgulho e Resistências – LGBT na ditadura, com documentação colhida no DOPS.

Manifestação pública pioneira de LGBT no Brasil contra a violência policial durante a ditadura

Seguindo a programação dos Sábados Resistentes Virtuais deste ano, o Memorial da Resistência, instituição da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, e o Núcleo de Preservação da Memória Política realizam a edição do mês de outubro, no próximo dia 24, à partir das 15 horas, através dos canais YouTube e do Facebook do Núcleo Memória @nucleodepreservacaodamemoriapolitica e do Memorial da Resistência.

Nesta ocasião, será inaugurado virtualmente a mais recente exposição temporária do Memorial da Resistência, que havia sido programada para o mês de abril, mas que devido à pandemia sanitária teve a sua abertura transferida para este mês. A exposição traz o tema Orgulho e Resistências – LGBT na ditadura, que nasceu da constatação do apagamento das memórias deste importante setor da população durante o período da ditadura civil-militar.

A partir daí, um grupo de pesquisadores, coordenados pelo curador da mostra, Renan Quinalha, e pela pesquisadora Julia Gumieri, debruçou-se sobre os arquivos do próprio Deops/SP e de documentação da Polícia Civil mais atuante nos cercos repressivos em favor das moralidades.

Com o apoio do Museu da Diversidade Sexual e da Casa 1, a exposição traz informações, documentos, fotografias e objetos artísticos que revelam os bastidores da produção cultural do período e da violenta repressão daqueles anos, quando, a pretexto de defender a moral e os chamados “bons costumes”, os grupos LGBTs foram humilhados, perseguidos e muitas vezes presos, apesar de não correrem processos jurídicos contra eles.

Para o evento, participam ainda o Movimento Nacional de Artistas Trans (Monart), atualizando o debate sobre a produção cultural LGBT e o crescente conservadorismo.

O debate contará com a presença de Renan Quinalha, James Green, Renata Carvalho, Bruno Oliveira, Leonardo Arouca e Julia Gumieri.

PROGRAMAÇÃO

15h00 – Boas-vindas com Ana Pato (Memorial da Resistência de São Paulo) e Katia Felipini (Núcleo Memória)

15h15 – 16h15 – Debate com os/as convidados/das, com a mediação de César Rodrigues (Núcleo Memória)

CONVIDADOS

Renan H. Quinalha – Professor de Direito (Instituições Judiciais e Cidadania) da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Doutor em Relação Internacionais na Universidade de São Paulo (IRI – USP). Mestre em Teoria Geral e Filosofia do Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP). Graduado em Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) e Graduado em Direito pela Universidade de São Paulo (FDUSP). Membro do Conselho de Orientação Cultural do Memorial da Resistência de São Paulo, do Conselho do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF/Unifesp) e do Conselho Consultivo da Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Advogado inscrito na OAB/SP, membro da Comissão de Direitos Humanos e da Comissão de Diversidade Sexual da OAB/SP. Presidente do Conselho de Administração do Núcleo de Preservação da Memória Política.

James Green – Historiador brasilianista, militante e pesquisador de referência nos Estados Unidos e no Brasil devido ao seu ativismo na área LGBT e suas inúmeras pesquisas e publicações sobre a história latino-americana. Formou-se em Ciência Política no Earlham College, em 1972, e cursou seu doutorado entre 1992 e 1996, na Universidade da Califórnia. É professor de história na Universidade de Brown, onde possui um núcleo de pesquisa sobre sexualidade e as ditaduras civis e militares, com foco no Brasil. Atualmente, é diretor da Brown’s Brazil Initiative e do Opening the Archives Project, além de diretor executivo da Brazilian Studies Association. É professor visitante de diversas universidades, tais como as Princeton, Columbia e a Hebrew University of Jerusalem. Foi um dos fundadores do movimento homossexual organizado no Brasil, no pioneiro Somos: Grupo de Afirmação Homossexual. Autor de vários livros, entre eles “Apesar de vocês”, “História do movimento LGBT no Brasil” e “Revolucionário e Gay, a vida de Herbert Daniel”.

Renata Carvalho – Atriz, diretora, dramaturga e transpóloga (antropóloga trans). Fundadora do Monart (Movimento Nacional de Artistas Trans), do “Manifesto Representatividade Trans” e do Coletivo T (1º coletivo artístico formado integralmente por artistas Trans em SP).

Bruno Oliveira – Educador e artista visual. Doutorando em Artes Visuais pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Mestre em Estudos Interdisciplinares Latino-Americanos (UNILA/PR) e graduado em Ciência da Computação. É pesquisador do MALOCA – Grupo de Estudos Multidisciplinares em Urbanismos e Arquiteturas do Sul da UNILA, com investigações sobre expressões visuais latino-americanas. Atua também como coordenador de programação da Casa 1 (São Paulo/SP), um centro cultural e espaço de acolhida para jovens LGBT expulsos de casa, e como educador e gestor no JAMAC (Jardim Miriam Arte Clube), um ateliê de artes visuais e cidadania na zona sul de São Paulo.

Leonardo Arouca – Historiador, formado pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, onde realiza pesquisa sobre o advento da imprensa homossexual no Brasil, a partir da análise do periódico Coluna do Meio. Também atua como documentarista no Museu da Diversidade Sexual, onde realiza pesquisas e gestão do acervo é membro do Acervo Bajubá e membro fundador da Rede Latino-americana de Arquivos, Museus, Acervos e Investigadores LGBTQIA+

Julia Gumieri – Pesquisadora do Memorial da Resistência. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade de São Paulo (USP) e graduada em História pela Universidade Federal de Minas Gerais. Entre 2013 e 2014, foi membro da Comissão da Verdade da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP). Atua nas áreas de História Social, História Política e Direitos Humanos com ênfase em pesquisas sobre a Ditadura Brasileira.

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