Documentário “Ucrânia: As máscaras da Revolução”
A chegada da extrema-direita ao poder na Ucrânia em “Ucrânia: As máscaras da Revolução” e o cinema de Paulo de Sá Vieira em “Apolo”
Publicado 09/05/2022 16:15

Enquanto dura esta guerra triste e provocada
Entre os documentos que são possíveis encontrar que possam esclarecer acerca da Ucrânia, está o documentário “Ukraine: les masques de la Revolution”, que é de produção francesa, mas na ficha técnica tem nomes inclusive que certamente têm ligações não só com a França, mas também com a própria Ucrânia e o Brasil. A principal credencial que encontrei para esse documentário foi ter ganho o Prix Europe no Festival de cinema de Berlin em 2016.
Na equipe técnica temos como diretor Paul Moreira, como responsável pela enquete a jornalista Tetiania Pryvashko, como responsável pela produção Luc Hermann e a montagem foi de Tal Zana. No YouTube está sendo exibido pela TV Episod. Aqui https://www.youtube.com/watch?v=VLXtWfTcLC4
É um documento cinematograficamente falando rotineiro, e não pretende mais do que mostrar a organização da Ucrânia nos anos mais recentes, onde um Presidente pró Rússia foi derrubado para a entrada do atual, que é de extrema direita e se ligou totalmente aos Estados Unidos, querendo inclusive entrar para os grupos políticos da Europa Ocidental e contra a Rússia. A narrativa mostra a população do país onde grande parte é de origem russa. Tudo certamente bem conhecido pelas pessoas mais informadas.
Olinda, 16. 03. 22
O cinema é sempre uma arte em processo
Um curta-metragem que vi recentemente em exibição privada foi “Apolo”. Ele tem 20 minutos de duração, mas que me parece representar uma homenagem à arte cinematográfica sem medidas. É um trabalho do cineasta pernambucano Paulo de Sá Vieira, que hoje mora e trabalha no Rio de Janeiro e participou como aluno da primeira turma do curso de cinema da Universidade Federal de Pernambuco.
O título “Apolo” é uma referência ao Cine Teatro Apolo, que fica na rua do Apolo no bairro do Recife e ainda é uma sala em funcionamento hoje. Com um argumento criado por ele próprio, Paulo de Sá se estendeu em vinte minutos de imagem para mais uma vez recordar a importância da 7ª Arte. Um momento fundamental é quando temos um trecho de um filme do cineasta alemão Wim Wenders. “Apolo” tem uma trilha sonora enxuta e muito aguda, o que lhe permite que a fala do cineasta traga ao espectador uma dimensão internacional, sem esquecer porém a realidade da região. E Paulo de Sá soube indicar o ritmo especial que seu filme precisava à montadora. Claro que o montador tem que ter a técnica necessária, mas quem realmente dá o ritmo de um filme é o cineasta criador, como nesse caso acontece.
A minha presença em “Apolo” como ator me demonstrou que na verdade o cineasta Paulo de Sá conseguiu me transformar de personagem em pessoa. Sou eu que faço aquele personagem de um apaixonado por cinema e ao mesmo tempo é a minha pessoa que está presente no filme com os meus longos anos de vida entregues ao trabalho prazeroso de me dedicar a analisar realizações cinematográficas. Ele inclusive me filmou em minha própria casa em Olinda e me transformou dentro dela numa figura realmente cinematográfica. É sem dúvida a inteligência criativa desse jovem cineasta Paulo de Sá.
Realmente, “Apolo” vai marcar, tenho certeza, a produção pernambucana de cinema e isso dependerá também de uma visão que é implícita ao espectador. Eu me sinto super-homenageado e tenho certeza que vale para o cinema.
Olinda, 03. 04. 22