19 de julho: um dia marcante para a juventude
Três anos atrás o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, em visita à sede da Organização Continental Latino Americana e Caribenha de Estudantes (Oclae), destacou a UNE, dentre outras organizações estudantis de todo o mundo, como notável entidade internac
Publicado 23/07/2009 17:55
Coincidentemente a plenária final do 51° Congresso da UNE, no último dia do evento, foi na mesma data em que a Nicarágua de Ortega comemorava os 30 anos da Revolução Sandinista, 19 de julho. Duas grandes atividades que mobilizou milhares de pessoas nos dois países.
Esse exemplo nos faz lembrar a declaração do ministro Luiz Dulci, quando na abertura do Congresso, ao lado do presidente Lula e de mais dez ministros, disse que a UNE é uma das poucas entidades que sabe aliar a luta mais geral, em torno de bandeiras mais amplas, com aquelas mais específicas, que dizem respeito, sobretudo, à educação. O mesmo congresso que aprovou por consenso uma moção contra o golpe militar em Honduras, foi o que votou uma resolução favorável a ampliação do Prouni, por exemplo.
Mas outro fato chama atenção de todos os que, como Ortega, ou qualquer outro dirigente de esquerda no mundo, observam com atenção o que se passa no movimento social mundial: a unidade de ação dos estudantes brasileiros que mesmo em um país continental como o nosso conseguem se aglutinar em torno de diversas campanhas. A UNE é um patrimônio da América Latina. Representa os estudantes de todo o mundo no Fórum Social Mundial através da Oclae. É a entidade destacada na intervenção dos estudantes junto às Conferências Mundial e Regional de Educação (Paris e Cartagena, respectivamente). È reconhecida por todas as organizações estudantis de todo o mundo.
No dia 19 de julho, Brasília e Manágua acolheram esses jovens que têm em comum a busca por dias melhores. Os estudantes brasileiros que nos anos oitenta se alistavam nos comitês de solidariedade à Nicarágua e à sua revolução são os que hoje saúdam os governos progressistas de Lula e Ortega e incentivam iniciativas integracionistas como o Mercosul e a Alba.
Tanto a UNE como a UNEN (União Nacional dos Estudantes Nicaraguenses) têm muito a comemorar. Ambas viveram momentos de repressão e souberam se posicionar em defesa dos direitos mais elementares de seus povos. As duas têm uma trajetória de luta bem simbolizada por esse 19 de julho. Enquanto a UNE mobilizou só em Brasília, na etapa final de seu congresso, cerca de dez mil estudantes de todas as partes do Brasil, a irmã UNEN celebrava os 30 anos do início da libertação nacional sonhada por Sandino e Carlos Fonseca Amador com centenas de milhares de jovens pelas ruas portando a bandeira “rojinegra”
Neste 19 de julho, Honestino Guimarães e Leonel Rugama, ambos líderes estudantis assassinados por suas respectivas elites dominantes golpistas, foram mais uma vez lembrados. Mais que isso, evocados em nome de uma luta que continua e ganha contornos dramáticos em Honduras (país vizinho à Nicarágua).
Tanto a UNE como a UNEN, impulsionadas por forças juvenis como a Juventude 19 de Julho (sandinista) e a União da Juventude Socialista, continuarão na cena política destacando-se em defesa dos interesses dos seus povos. Enquanto isso, outras datas serão comemoradas, cada uma com seu simbolismo e importância.
Parabéns a todos por essa data tão simbólica e comemorada.