A Batalha pela Civilização: que comecem os jogos!

Governistas de extrema-direita enfrentam forte oposição no mundo, mas ainda assim será preciso uma ampla aliança para derrotar Jair Bolsonaro em 2022

Foto: Reprodução

A queda de Benjamin “Bibi” Netanyahu, da chefia de governo de Israel, cargo que ocupava desde março de 2009 e que, se forem acrescentados os 3 anos, entre junho de 1996 e julho de 1999, em que “Bibi” exerceu o cargo de primeiro-ministro, a somatória será de 14 anos, ou seja, foi e é um político com tem uma base política e social muito forte, haja visto que foi preciso construir uma aliança que, é tão ampla, que coloca num mesmo campo, nacionalistas ortodoxos, centristas, esquerda e até a direita e se demorassem mais um pouco, é provável que  até clubes de xadrez e de dominó compondo essa “grande aliança”.

A queda de “Bibi”, que nunca escondeu seu desejo de varrer do mapa os palestinos, nem suas posições reacionárias, deixa Bolsonaro como o representante mais poderoso da extrema-direita mundial, já que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi vive seu inferno particular, sendo questionado pela forma desastrosa que conduz o país na pandemia, o que parece ser um padrão dessa nova “linhagem” de extremistas que graça pelo mundo. Outro que tem ideias próximas do nosso candidato a “duce”, Viktor Orban, premiê da Hungria desde 2010, enfrenta a formação de uma grande aliança para retirá-lo do poder.

Bolsonaro, Narendra e Orban, representam, portanto a “cúpula” dessa nova extrema-direita que detém o poder, sendo que os dois primeiros governam países que, somados, chegam 1,6 bilhão de habitantes, cerca de 20,8% da população mundial, o que não é pouco. Portanto, mesmo depois da saída do desqualificado Trump, o “guia mundial” dessa trupe, a extrema-direita detém muita força política e sua ousadia política permanece vigente. Não há sinais de arrefecimento da vontade dessa horda em tomar o poder, destruir o Estado liberal representativo e instalar ditaduras, seja lá de que tipo sejam, mundo afora.

Não devemos desconhecer que a vitória de Pedro Castillo, no Peru, derrotando a extremista Keiko Fujimori, não chegou aos 50 mil votos, num universo de 17 milhões de votantes e seu partido, Peru Livre, elegeu apenas 37 dos 130 deputados e já está enfrentando a ira da extrema-direita, que primeiro não reconheceu o resultado e agora quer anular as eleições.

É verdade que as derrotas eleitorais da extrema-direita, no Peru e no Chile; a vitória retumbante do Movimento ao Socialismo – Instrumento Político para a Soberania dos Povos (MAS-IPSP), na Bolívia; e o emparedamento do governo reacionário de Iván Duque, na Colômbia, enfraquecem o Mandrião, hoje encurralado pela “CPI da COVID”, que já reúne elementos e provas contundentes de sua atuação criminosa no combate à pandemia.

Nas últimas semanas Bolsonaro tem se movimentado para se contrapor tanto à CPI, como às ações de Lula, que vem conversando com tudo e todos, na busca de formar uma frente ampla com “a” bem maiúsculo. Diante desse cenário, está claro que a extrema-direita vai partir para cima e utilizará todos os recursos que têm, visto que aparelhou o Estado e tem mais facilidade em dispor de recursos estatais para construir suas ações políticas; irá certamente tentar aprimorar seu controle sobre as polícias militares e a Polícia Federal; e tem o apoio de uma parte do segmento empresarial, parte dele dentro dos grandes meios de comunicações, que ainda lhe dão um razoável suporte estrutural.

As eleições serão em 7 de outubro de 2022, portanto daqui a 16 meses, e o cenário político está sendo construído, com muitas variáveis se apresentando, tornando difícil qualquer projeção segura e tenderemos a ver exercícios de adivinhações e projeções baseadas em elementos que de tão subjetivos, tornam-se frágeis quanto confrontados com a realidade.

O certo, porém, é que para derrotar o poderosa coalizão que alimenta e sustenta Bolsonaro, será necessário construir a mais ampla frente política da república pós-democratização, o que significa dizer que terá de haver, por parte da Esquerda, a compreensão de que o principal, nesse momento, é recolocar o país no trilho da civilização, exigindo, portanto, entender o real significado da amplitude dessa provável aliança.

Os dados ainda estão sendo lançados.

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