A face da fome
O sistema que gera riqueza para os donos dos meios de produção à custa da exploração dos trabalhadores, é o mesmo que ignora 14 milhões de brasileiros desempregados atualmente
Publicado 20/11/2021 07:00 | Editado 19/11/2021 16:14

A fome se espalha pelo Brasil. O caso da estudante de apenas oito anos, que desmaiou dentro de uma escola no Rio de Janeiro, por não ter o que comer, é mais uma mostra do momento dramático que vive o país.
Um estudo da Universidade de Berlim revela que a insegurança alimentar – como é chamada a fome numa linguagem técnica – atingia 15% dos lares brasileiros em 2020. Nos lares com crianças e jovens de 5 a 17 anos, esse percentual é de 20,6%.
Enquanto isso, em São Paulo, foi instalada essa semana, em frente à Bolsa de Valores, uma estátua de um touro de ouro. A imagem remete ao touro de Wall Street, em Nova York, símbolo do capitalismo.
O sistema que gera riqueza para os donos dos meios de produção à custa da exploração dos trabalhadores, é o mesmo que ignora 14 milhões de brasileiros desempregados atualmente.
O fim do programa “Bolsa Família”, após 18 anos de existência, para dar lugar ao tal “Renda Brasil”, tende a agravar essa situação.
A proposta do governo Bolsonaro tem menor alcance social e foi criada para acabar com um programa que já existe e é reconhecido mundialmente. Tanto que vários países do mundo copiaram a iniciativa implantada no governo Lula.
O futuro do país passa por combater essa e outras injustiças. Aliás, a justiça brasileira parece ser só para os ricos. Se o Brasil fosse um país sério, o ex-juiz Sérgio Moro, por exemplo, já estaria preso após ter determinado a prisão de Lula sem provas. A manobra jurídica favoreceu a vitória de Jair Messias Bolsonaro.
Certa vez, a mulher de Sérgio Moro, Rosângela Wolff Moro, ao ser perguntada sobre como avaliava o trabalho do seu marido no governo Bolsonaro, respondeu que via os dois como sendo uma mesma pessoa. “Eu vejo uma coisa só”, afirmou.
Ela tem razão.