A Caminho do 7 de Setembro: a “marcha dos alucinados”

O presidente da república e sua caterva estão emulando esse “grande ato”, em que todas as bestialidades sociais poderão, mais uma vez, expor o quanto esse país se degenerou em termos de civilização

Fotomontagem feita com as fotos de: José Cruz, Agência Brasil e Adriano Machado/Crusoé

Enquanto os braZileiros continuam morrendo devido a pandemia; a economia está um caos; a fome ameaça os mais pobres; há riscos de “apagão” no setor elétrico; os combustíveis disparam, afetando toda a cadeia produtiva; e a inflação para os mais pobres já se encontra em níveis alarmantes, o presidente da República passa dia e noite preparando seu chafurdo do dia 7 de setembro.

Sim, o Presidente da República e sua caterva estão emulando esse “grande ato”, em que todas as bestialidades sociais poderão, mais uma vez, expor o quanto esse país se degenerou em termos de civilização. A “Meca” parece que será a cidade de São Paulo, já que o governador Dória, desafeto de Bolsonaro e da esquerda, teme um confronto violento, algo que os nazifascistas bolsonaristas sonham que aconteça, para que possam exibir sua covardia e passarem à população, a imagem de “coitados perseguidos pelos comunistas”, decidiu proibir manifestações dos oposicionistas em São Paulo, fazendo de conta que não existe “O Grito dos Excluídos”, manifestação que ocorre em todo o país desde 1995 exatamente nessa data.

Nas redes, os chamados são feitos com toda a virulência possível, e há, de fato, um pequeno “exército” trabalhando arduamente para ser possível “tomar o poder” em definitivo, uma delírio alimentado por esse degenerado que ocupa a presidência do nosso país. O país verá, além das palhaçadas tradicionais, cartas e faixas satanizando o STF, o inimigo oculto desses recalcados e ressentidos, além da manutenção do discurso, ridículo é verdade, do voto impresso.

O Presidente vai de cidade em cidade, mantendo seus discursos ensandecidos, usando recursos públicos para vociferar contra a democracia e recebe apoio dos seus seguidores, que estão cada vez mais ouriçados. Fica evidente que a aposta de Bolsonaro é um blefe, mas, vindo de um Presidente da República, que tem forte apoio no corpos de oficiais das forças armadas e das polícias militares, além de pastores reacionários e de “forças estranhas”, que operam ao seu lado há muito tempo, assusta.

Enquanto a contagem regressiva prossegue, o Mandrião enfrenta uma certa resistência dos parlamentares que o apoiam, pois instabilidade política não é bom para os “negócios” do Centrão; setores empresariais também torcem o nariz para essa aventura brancaleônica do presidente. Mas isso o estimula.

Bolsonaro e sua trupe sombria não se importam com manifestações de setores que querem a democracia, pois ele não se baliza por ela. Para ele, o que importa é mobilizar sua horda que, regada a muito dinheiro de empresários, deverá, de fato, encher a avenida Paulista no dia 7 de setembro e durante umas 3 ou 4 horas, os delírios de Bolsonaro se realizarão e ele se verá como o “duce”. Mas para pôr aí.

No dia seguinte, 8 de setembro, ele continuará ensandecido, as pessoas continuarão a morrer devido à sabotagem do governo no combate a pandemia e o país continuará sangrando.

O golpe já foi dado. Foi em abril de 2016 e todas as figuras saudosistas que defenderam ou defendem com entusiasmo a Ditadura civil-militar que ocorreu nesse país estão, efetivamente, no poder.

O que está em jogo agora é quanto se avançará sobre os escombros da democracia e mesmo os golpistas de 2016 parecem ter percebido que Bolsonaro é um sujeito tão baixo, desprezível e ignorante, que pode entornar o caldo e transformar uma das maiores nações da terra, num país conflituoso e isolado, mais do que já está, do mundo. E isso não é bom para os negócios.

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