A pedra no sapato do poeta

Os números decimais me esperançam
sobre singularidades…
As roupas pelo avesso me comovem,
soltas pela casa, presas no varal…
Quis dizer um objeto interno.
Uma parafernália de dentro.
Disse-o?
É a poesia me incomodando com seu ar
pulsante.
Abre a porta pra eu ver
a estrada que se deita até os pés do horizonte.
Ofusca-me os olhos com seu anel de brilhante,
alimenta-me com a mão
tal qual eu fosse um bichinho.
Mas o caruncho, a carcoma envia o mote:
“per capita” na fila,
algarismos pro aluguel
minutos pra almoçar.
Mais valia pra agüentar.
Mais valia não!
Mais valeria o trabalho se pra dignificar.

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