A pressa que constrói

Uma das coisas mais corretas e importantes na apresentação, pelo governo, dos quatro projetos sobre o Pré-sal foi a decisão de encaminhá-los com urgência constitucional para o Congresso. Isto significa que o governo tem pressa e nós também.

De maneira semelhante, queremos pressa na aprovação da política permanente de reajustes do salário-mínimo, queremos presteza no acordo sobre a política de valorização dos benefícios previdenciários e queremos marcar para fim de setembro ou início de outubro a data da votação na Câmara dos Deputados da PEC-231 que reduz constitucionalmente a jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salários.

Temos pressa em organizar a Marcha à Brasília 2009 até mesmo porque constatamos um ambiente favorável às nossas pretensões, capaz de nos ajudar na superação das dificuldades que são inúmeras.

Essa pressa é o que caracteriza hoje a política de institucionalização de conquistas.

Obtidas em tempo hábil essas vitórias, o movimento sindical unido aumentaria sua força no bloco que se formará para garantia da continuidade desses avanços no ano eleitoral de 2010.

E, simetricamente, nossos adversários nestes e em outros assuntos, ao mesmo tempo que se opõem aos avanços procuram prolongar no tempo a indecisão; querem adiar ao máximo a materialização das conquistas para articularem o “seu” bloco de desmanche e desconstrução no bafafá de uma campanha eleitoral.

Vejam bem: os reacionários não querem ouvir falar de salário-mínimo na Câmara e atacam os reajustes na imprensa sem reconhecer o decisivo papel que representaram na superação da crise; a CNI, confederação patronal, queria e continua querendo eternizar mais e mais discussões sobre as 40 horas; a COBAP (Confederação Brasileira de Aposentados) tergiversa sobre o acordo previdenciário e o governador Serra procura tornar-se (na contramão de sua biografia estudantil) o porta-voz do atraso no encaminhamento dos projetos do Pré-sal.

É bom raciocinar sobre isso. Dizem que a pressa é inimiga da perfeição mas nesse caso a pressa constrói, reforça nossa unidade e nos dá força para os embates futuros, seja na luta, seja na vitória.

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