Alckmin na defensiva

Para quem ameaçava fazer uma campanha “ofensiva”, deve ser bastante incômodo a situação de extrema “defensiva” em que se encontra o candidato tucano/pefelista Geraldo Alckmin.

Diariamente ele tem que repetir que não vai acabar com o “bolsa família”, que não vai privatizar a Petrobrás, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica (o que restou do governo FHC) e  ainda tem que fazer “juras de amor” pela Zona Franca de Manaus. Tudo o que a prática neoliberal abjura.


 


 


A veracidade de suas afirmações tem o mesmo peso de uma nota de três reais, na medida em que vai na contramão da prática tucana. E por isso Lula dispara.


 



O mais interessante, porém, é constatar que essa política neoliberal, da qual Alckmin procura se esconder, já foi consenso absoluto entre tucanos e pefelistas no Brasil e no mundo. Até mesmo gente da esquerda já fez do credo neoliberal sua bíblia. Ainda me lembro quando na década de 90 éramos chamados de “dinossauros” por combater essa política de “estado mínimo e ampla liberdade dos mercados”.


 


Os mais atentos certamente se lembrarão de qual era a bandeira central de campanha de Collor e FHC: reformas, privatizações, fim do estado paquiderme e outras sandices teóricas, as quais eram repetidas pela mídia e por intelectuais de ocasião tal qual um mantra.


 


Não eram sequer originais. Copiavam mecanicamente idéias preconizadas por Friedrich Hayek (O caminho da servidão) e pensadores liberais do porte de Thomas Hobbes (Leviatã).


 


Hoje a política neoliberal está desmoralizada em todo o mundo, razão pela qual Alckmin, pelo menos publicamente, procura manter distância de suas conseqüências.


 


Hayek deve estar muito frustrado com os seus seguidores brasileiros. Pelo menos desse ponto de vista ele foi conseqüente. Defendeu essas idéias anti-povo ainda em 1944, mesmo quando o socialismo estava em expansão em todo o planeta.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor