Aliança em Fortaleza já era! (II)

Da mesma forma aqueles que esperavam a indicação do nome do senador José Pimentel para concorrer pelo PT à sucessão municipal de Fortaleza, em caso de rompimento da aliança com o PSB, têm tendência a acreditar em lobisomem. Isto porque a presidenta Dilma Rousseff já adiantou que quer Pimentel no Senado como líder do seu governo, e principalmente porque a prefeita Luizianne Lins, que é uma pessoa determinada, já enfatizou que a candidatura de Elmano é irreversível, posto que surgida de um processo democrático no seio do seu partido.
Por outro lado, a direção do PSB já informou que tem três nomes em condições de disputar a eleição majoritária na Capital: o deputado Roberto Cláudio, presidente da Assembleia Legislativa, o ex-secretário especial da Copa, Ferrúcio Feitosa, e o vereador Salmito Filho, ex-petista e ex-presidente da Câmara Municipal. A escolha do candidato socialista será feita através de pesquisa a ser encomendada ao Ibope. O que obtiver melhor pontuação será o postulante socialista.

Nesta terça-feira 12 dois fatos indicam que realmente a aliança entre o PSB, PT e PMDB em Fortaleza papocou com linha, cerol, carretel e tudo: primeiro, o petista e ex-líder do governo Cid Gomes na Assembleia, Antonio Carlos, entregou o cargo de secretário de Cultura do Estado; e segundo, a prefeita Luizianne Lins exonerou o ex-vereador socialista Paulo Mindello de um cargo comissionado na administração municipal. É o início da retaliação, pois os petistas, em especial os da tendência Democracia Socialista, não aceitam a menor crítica ou menor divergência.

O grande problema vai ser entre petistas no âmbito da Assembleia Legislativa. Isto porque Luizianne já declarou que se a aliança eleitoral com o PSB fosse rompida, o PT iria fazer oposição ao governo Cid. É difícil acreditar que os deputados Camilo Santana, Nelson Martins e Francisco Pinheiro, ex-secretários estaduais de Cidades, de Desenvolvimento Agrário, e de Cultura, respectivamente, amigos pessoais do Governador, decidam fazer oposição ao governo estadual ao qual serviram com muito denodo.

O máximo que pode acontecer é nenhum dos três aceitar retornar ao secretariado em caso de convite do governador, o que, certamente, não será feito. Com a decisão de logo exonerar os que ocupam cargos na Prefeitura, Luizianne inviabiliza até um possível apoio no segundo turno na hipótese do seu candidato ir ao segundo turno e o do PSB não lograr êxito. Ela fecha todas as portas aos socialistas para gáudio de quem for.