Aprender no combate

A vida prática me ensinou que essa formulação leninista tem valor universal, assim como a constatação de Marx de que o estado nada mais é do que um instrumento de dominação da classe dominante contra as classes dominadas.

Um estudo de caso interessante para reforçar essas assertivas teóricas seria a análise de como se comporta a burguesia brasileira na atual fase da luta política, especialmente o furor da elite econômica e seus instrumentos de comunicação.

Como é sabido essa elite econômica não tem do que reclamar. Saldo na balança comercial, crescimento do PIB, redução da dívida, investimentos públicos e privados crescentes, recuperação do poder de compra e faturamento recorde de bancos e também de empresas produtivas.

Mesmo assim ela não dá trégua ao governo. Atira com todos os instrumentos que dispõe. O papel da direita no congresso, representada essencialmente pelo PFL e PSDB, é apenas a expressão política desse conteúdo reacionário.

Não há surpresa e nem novidades. Eles praticam a luta de classe com a mais absoluta radicalidade. Somente os que advogam a tese de que a democracia tem valor universal e abjuram a luta de classe como essência da luta política, podem esboçar alguma surpresa.

Mas ainda resta compreender porque alguns setores ditos de esquerda fazem coro com a direita parlamentar e, mesmo que involuntariamente, servem de porta vozes dessa elite anacrônica.

Recentemente, na votação da criação das Centrais Sindicais e do imposto sindical, o encaminhamento de votação e o voto coincidente do PFL e PSDB com o PSOL representam um desses momentos em que Lênin dizia: “é no combate que se conhecem os verdadeiros revolucionários”.

Espero que os militantes do PSOL entendam que não é ajudando a direita a impor eventual derrotas a um governo de centro esquerda que o movimento popular ampliará suas conquistas.