Cavaca, o nosso grande ator

De certa forma, eu fiz um filme com Cavaca mais ou menos parecido com esse que Nelson pensava em fazer. O filme se chama “Cinema 100 anos e um discurso”.

Emanuel Cavalcanti trabalhou com grandes diretores

Emmanuel Cavalcanti é um dos nossos maiores intérpretes do cinema brasileiro e certamente ele trabalhou nos anos 60 do século passado com grandes diretores, inclusive interpretou um papel em “Terra em Transe”, filme fundamental de Glauber Rocha, e em “Bye Bye Brasil”, outra obra fundamental, essa do cineasta Cacá Diegues. Infelizmente, morreu ontem aos 86 anos, antes dos 87 que faria em 23 de setembro de 2023. Cavaca, como era chamado pelos companheiros, nasceu em Maceió, mas viveu praticamente a vida adulta toda no Rio de Janeiro, e nunca deixava de participar das produções de longas-metragens brasileiras.

Uma vez, durante uma das Jornadas de Cinema de Salvador, realizadas durante mais de 30 anos por Guido Araújo, numa mesa lá na Associação Brasil-Alemanha em Salvador, numa mesa do bar ouvi do cineasta Nelson Pereira dos Santos toda a descrição do filme que estava pensando em fazer (mas nunca fez), com a participação de Emmanuel Cavalcanti e Jofre Soares, os dois grandes de quase todos os filmes brasileiros daquela época, e cada um deles contando a sua vida.

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De certa forma, eu fiz um filme com Cavaca mais ou menos parecido com esse que Nelson pensava em fazer. Por uma sorte do destino, quando eu era diretor do MISPE – Museu da Imagem e do Som de Pernambuco –, e Alceu Valença tinha influência no Governo de Pernambuco, Emmanuel veio para cá e ficou trabalhando no Palácio. Mas em certo momento ele se incompatibilizou com alguém lá, e então me perguntaram se eu aceitaria ele no Museu. Claro! Eu imediatamente depois sugeri a Cavalcanti que devíamos fazer um filme. Então, com apoio total de Amin Stepple Hiluey, que era diretor do jornal da TV Globo no Recife, conseguimos um cinegrafista de graça, uma câmara emprestada de graça e todas as outras pessoas, juntando o pessoal do MISPE e amigos, inclusive Jomard Muniz de Britto e o pintor Antônio Alves Dias, partimos para fazer o filme nos finais de semana, todos os sábados. O filme se chama “Cinema 100 anos e um discurso”, e era justamente se referindo aos 100 anos de vida do cinema e ao discurso, que era uma forma de pronunciamento de Emmanuel Cavalcanti quando estava bêbado.

O filme é composto de momentos, começando numa sala no Teatro Santa Isabel no centro do Recife, e terminando na Praça de Casa Forte no bairro recifense. E Cavaca diz o que quis dizer quase sempre, menos a cena no Santa Isabel com a participação de Simone Figueiredo, que teve expressões criadas por Jomard. “Cinema 100 anos e um discurso” foi montado por João Maria e tem a duração de 50 minutos. É o filme mais longo da minha filmografia. Foi lançado numa sessão especial com a presença de Emmanuel no cinema Ribeira.

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Depois que Emmanuel Cavalcanti voltou para morar no Rio de Janeiro, acho que só o vi uma vez lá no Rio. Mas certamente não podemos esquecer sua presença no Recife e no MISPE.

Olinda, 11. 04. 23

A lua brilha na china

Não só a lua, mas também o Lula

Que não é uma figura tão distinta quanto Mao

Porque Mao fazia poesias e Lula ainda não

Embora viajar 30 horas seguidas de avião

Seja certamente um grande gesto poético

E as nossas crianças e não somente meus netos

E os bisnetos nascidos e que estou esperando

A China hoje ainda é capitalista

Mas está caminhando para virar socialista

Anos e anjos estaremos na espera sim

E aguentaremos porque a beleza existe.

Quando visitei a China fui recebido por Mao e Chu Em-Lai

E certamente sem a visão deles

E sem dúvida sem eles a China não seria o que é

Como o país que mais ajuda o nosso continente.

Eu deveria ter ficado com a coluna de política

Internacional do Diário e me especializado em China

É belo quando um país consegue

Que todas as suas crianças estudem em níveis

E não sofram ações tétricas de assassinos.

Minhas netas não foram para aula hoje

Pelas ameaças que as escolas e elas sofrem.

Esperamos que Lula consiga chegar ao fim normal

Dessa batalha que está enfrentando na Presidência

Olinda, 13. 04. 23

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