Cidadão goiano

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No último dia 14 fui sagrado Cidadão Goiano. A solenidade no plenário da Assembléia Legislativa confirmou, de maneira simbólica, minha goianidade. Antes já fora distinguido com o título de Cidadão goianiense, por lei municipal de iniciativa do amigo vereador Hélio de Britto. Agora, pelas mãos do deputado Thiago Peixoto, em cumprimento da Lei N.º 15.883, de 07 de dezembro de 2006, inspirada pelo deputado Fábio Tokarski, recebo a excepcional honraria. Vejo a homenagem como deferência a um trabalhador da cultura, a um servidor público e, especialmente ao presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás. A presença de tantos amigos, a lhaneza do presidente da Assembléia, deputado Romilton Moraes, de vários parlamentares, o aconchego de amigos escritores, membros do Ministério Público, da ordem Maçônica e meus familiares. Destaque para o belo pronunciamento do deputado Thiago Peixoto que ultrapassou generosamente os limites da formalidade trazendo referências originais à obra deste pequeno escriba. Cumprindo o protocolo, falei. Palavras de agradecimento. A chegada: “Vinda do oeste baiano, do distrito de Riachão das Neves, município de Cotegipe, minha mãe Valeriana Ayres desembarcou com sua récua na cidade de Pedro Ludovico. Na bagagem apenas a teimosia sertaneja e uma trouxa carregada de esperanças.” Goiânia: “Na estrada passamos o tempo que Deus levou para criar o mundo. Seis dias no sacolejante e poeirento caminhão. Não pudemos descansar no sétimo dia, pois Goiânia, que ainda não chegara aos 30 anos, era donzela trêfega, acalorada e afoita, enamorada do progresso e dos desafios, seguindo a batida de seu construtor Pedro Ludovico.” O bairro: “A Vila Nova era o território mais eclético de Goiânia. Havia no bairro quase todas as nações. Baianos de Barreiras, Correntina e São Desidério. Nordestinos: pernambucanos, norte-riograndenses, alagoanos. Havia também muitos mineiros. E para não faltar nenhuma nação de gente havia italianos, poloneses e sírios libaneses com comércio na feira e nas lojas do mercado popular. Quando enriqueciam mudavam-se para a Rua Quatro, no centro.” Construir: “Construir a cidade era também construir suas vidas e identidades, suas famílias, seus sonhos de realização possível na terra.” A homenagem: “Sei que esta homenagem, nobre Deputado Thiago Peixoto, consagra as contribuições dos migrantes de todas as terras que vêm para Goiás com espírito de paz e trabalho. Eu a recebo em lembrança de seus nomes. Dedicatória: “Presto homenagem a minha família, a meus irmãos, primos e sobrinhos, à memória de meu tio Salustiano Ayres, servidor municipal pioneiro de Goiânia, de minha mãe Valeriana Ayres, que me ensinaram a coragem, a decência e a humildade.” Especial: “Um preito especial à minha esposa Tânia, generoso afeto da Campininha das Flores, que me ajuda a carregar a carroça cheia de estrelas da existência. “Meus filhos, todos goianos, Cecília, Marília e Olavo, em cujos destinos singram as velas de nossos sonhos e esperanças.”

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