Com a diplomacia enfraquecida, a União Europeia aposta na guerra

A decisão alemã, de enviar tanques para a Ucrânia acirra a percepção, entre os europeus, que essa guerra pode durar e ser catastrófica

Foto: Xinhua

Enquanto uma parte da chamada “esquerda” ainda alimenta uma ilusão sobre o perfil do governo ucraniano e transforma o sofrimento do povo ucraniano, gerado claramente por uma política genocida do seu governo na sofrida região de Donbas, e faz isso desde 2014, portanto é de conhecimento mundial o martírio dos falantes russos da região, numa acusação ao governo “autocrático” de Putin, a guerra parece ter animado os governos ocidentais, que agora resolveram entupir as débeis forças ucranianas com armas.

A campanha de “apagamento” da Rússia, algo inédito em termos de relações internacionais, pelo menos que eu lembre, continua firme e forte, e o “cerco” assume feições paranoicas, com o “ilhamento” de todos os esportistas russos, ao lado de uma crescente xenofobia contra o povo russo, especialmente nas suas fronteiras (países Bálticos, Finlândia e Polônia). Zelensky que pinta e borda, fazendo os ocidentais de plateia patética, nas suas aparições diante dos parlamentos, reprime selvagemente a oposição e mantém o total apoio às milícias nazistas que, cientes de que podem ser exterminados pelo poderio russo, resistem encarniçadamente.

A social-democracia alemã, que nunca nutriu nenhuma simpatia pela Rússia, resolveu seguir os passos da União Europeia, para a alegria de Biden, aquele velhinho que em recente atividade dialogou com um fantasma em frente a plateia, assustando os democratas. A decisão alemã, de enviar tanques para a Ucrânia acirra a percepção, entre os europeus, que essa guerra pode durar e ser catastrófica para a sua qualidade de vida, dado que o fantasma da inflação voltou a rondar o continente europeu. Os alemães se juntam aos britânicos, que estão mergulhados até o pescoço nessa guerra e provavelmente a França embarcará nessa “cruzada ocidental”.

As posições se endurecem, com Putin ciente de que se recuar agora, sofrerá uma derrota militar sem precedentes, pois quem o ataca agora, não são as forças ucranianas, mas a própria Otan. Não há como recuar e dentro da Rússia, onde o apoio à guerra é majoritário, recuar seria visto como fraqueza e no ambiente da política russa, fraquejar é assinar sua sentença de morte política. Se Putin não recua e a Otan endurece, através da sua “bucha de canhão”, o cenário para os próximos meses se tornam sombrios.

O fato de a ONU reaparecer na cena política, buscando pelo menos um cessar-fogo, pode trazer uma expectativa positiva, mas não há sinais de que os EUA, que agem como uma milícia fundamentalista, querendo impor na marra seus “interesses estratégicos”, que são na verdade uma desesperada tentativa de se manter como “império do mundo”, parem de se comportar como a Roma do século XXI e voltem a agir com um estado nacional, pertencente ao conjunto das relações internacionais.

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