Covid-19 fere de morte o neoliberalismo

O neoliberalismo fracassa em combater os efeitos negativos da pandemia de Covid-19. Mundo afora busca-se políticas de Estado e soluções para os problemas.

Vitorioso, Lucho Arce defende um governo de unidade nacional com retomada da revolução democrático-cultural

As eleições bolivianas do dia 18 de outubro de 2020 reestabeleceram a democracia no país ao consagrar o economista Luís Arce como presidente, no primeiro turno, com uma votação tanto robusta quanto eloquente. As forças democráticas, ademais, obtiveram a maioria nas duas casas legislativas. Venceram a democracia, a dignidade nacional e a decência e foi afastada a ingerência golpista das forças das trevas do Averno lideradas por Donald Trump, o diabo do norte, e de Jair Bolsonaro, o capeta do sul, servo e putrefato sicofanta do primeiro.

Pessoalmente, fiquei feliz. É o meu pensamento que, após longos anos e os muitos desastres direta ou indiretamente decorrentes da Pandemia do Covid-19, o mundo está a se convencer de que é preciso se livrar do inferno neoliberal fascista. Como alternativa, vem a percepção de que a democracia tem diversas faces: a econômica, a política, a social e a cultural. Neste contexto, o bem-estar do povo é central e a sua busca é o dever irrenunciável do Estado.

Os regimes de inspiração fascista/neoliberal mostraram-se inaptos para prevenir os surtos endêmicos e pandêmicos da Covid-19, bem como para combatê-los na área da saúde pública, bem como em seus efeitos na ordem econômica e social dos diversos países afetados, em escala global. Pelo contrário, em casos como nos EUA, na Itália, no Reino Unido e no Brasil, os governos de inspiração fascista/neoliberal contribuíram de maneira decisiva tanto para a propagação da pandemia, como para lidar com os devastadores efeitos econômicos e sociais da mesma. De fato, os agentes econômicos a sustentar tais regimes não apenas reconheceram carecer de condições para suprir a rede de apoio do Estado, como alegaram no passado, mas passaram a pleitear auxílio do mesmo, como sempre o fazem em situações adversas. Segundo eles, a prosperidade, o lucro, é dos capitalistas e, na adversidade, o prejuízo deve ser repassado ao Estado. Canalhas! Velhacos! Finórios!

Pois bem, em meio à severa crise, busca-se nas políticas de Estado a solução para os graves problemas que nos afligem. Omitem-se os financiadores do fascismo, que ao mesmo tempo pleiteiam apoio governamental para suas atividades, em detrimento da situação das populações dos respectivos países. Essas já se aperceberam que o neoliberalismo é uma fraude contra os interesses das classes populares, contra a decência e até mesmo contra o bom senso. E clamam por mudanças que as aproximem da justiça social, econômica, política e social, para além das melhores práticas de direitos humanos, que é demonstrada pelas democracias Chinesa, Cubana e Sul Africana.

Levanta-se a gente do povo, mundo afora. Volta a tremular a honrada bandeira vermelha! Em Grécia, a escória do partido filo-nazista foi condenada a longos termos de prisão neste ano. Na Europa, de uma maneira geral, fortalecem-se as forças democráticas e se ergue altaneiro o movimento antifascista, como representado na italiana ANPI. Na Dinamarca, um país notoriamente benigno, em 2019 o bloco de esquerda obteve cerca de 60% dos assentos e a maioria parlamentar. Em nosso querido Portugal, nas eleições de Outubro de 2019, os socialistas de António Costa e os comunistas de Jerónimo de Souza saíram amplamente vencedores, em veemente reconhecimento à administração conjunta anterior, que trouxe grandes conquistas para o povo português.

Na América Latina, o sofrido povo argentino mostrou o caminho, como já o fez no passado, expelindo os agentes do imperialismo, da miséria nacional e do desespero das gentes, com a eleição de Alberto Fernández para a presidência. Na Venezuela, os agentes imperialistas não conseguiram prosperar e o regime democrático segue firme, com amplo respaldo popular, apesar do cerco criminoso dos EUA e de seu bloqueio econômico insustentável face ao direito internacional.

O Chile, em protestos humanistas há cerca de um ano, realizará um plebiscito constitucional para mandar ao monte de lixo da História o arsenal jurídico de Pinochet, o monstro, no dia 25 de outubro próximo. Mais de 70% da população assim o deseja, de conformidade com as mais recentes pesquisas de opinião pública. As forças democráticas igualmente apresentam-se em vantagem para as eleições peruanas de 2021. Ali, o povo também está cansado da prosperidade seletiva de uns poucos, em detrimento dos muitos. No Equador, onde eleições presidenciais também serão realizadas em 2021, o sentimento é semelhante.

Mesmo na pátria-madrasta do imperialismo, os EUA, constrói-se um entendimento nacional contra os maiores exageros do fascismo de Donald Trump, cujas probabilidades de reeleição no dia 3 de novembro de 2020, face ao desafio de Joseph Biden, parecem diminuir diariamente. No Reino Unido, a popularidade do líder neofascista, Boris Johnson, o caricato, patético, nauseabundo e desprezível herdeiro do infame Oswald Mosley, já se apresenta num patamar negativo.

O Brasil, por sua vez, onde o governo neofascista acedeu ao poder mediante um golpe de Estado orquestrado pelos EUA, com o apoio de importantes setores dos poderes judiciário e legislativo, terá apenas eleições municipais em novembro de 2020. Essas, no entanto, servirão para o debate dos grandes temas nacionais, em preparação às eleições gerais de 2022. Dentre estes temas em debate, estarão o da saúde pública e o que se fazer na terra tanto desolada quanto arrasada pela administração neofascista e ação política e econômica deletéria de seus capitães do mato, em favor do capital rentista e setores privilegiados da economia do País.

Com o contínuo isolamento do governo neofascista brasileiro e a sua previsível continuada perda de popularidade, é ainda de se temer as ações de um grupelho encurralado a defender as próprias sinecuras, privilégios, lucros e isenções. O povo brasileiro não se intimidará e, como nas demais nações latino-americanas, saberá opor-se na medida do necessário à política de destruição econômica nacional, do vilipêndio dos direitos humanos, do desrespeito ao progresso social, da derrocada dos valores humanísticos, da agressão ao meio-ambiente, e da ofensa à dignidade das gentes.

Levanta-se o povo e cresce um novo hino à liberdade!

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
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Um comentario para "Covid-19 fere de morte o neoliberalismo"

  1. Francisco A Fragata Jr disse:

    Corretíssima essa posição do ilustre jornalista, sempre brilhante em suas manifestações. Parabéns

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