Eleição 2014: prováveis cenários

Iniciado o esperado ano de 2014, os postulantes ao Palácio do Planalto começam a finalizar mais etapa da campanha. Falo do período em que os palanques estaduais são formados.

Todavia, embora boa parte dos principais partidos brasileiros já tenham manifestado a sua intenção eleitoral na espera nacional, é nesse rearranjo estadual que algum elemento novo pode emergir.

Comecemos pelo maior colégio eleitoral do país, o Estado de São Paulo. No plano federal, nenhum postulante tem origem neste Estado, o que já é, por si só, um fato político relevante. Os principais postulantes são: Geraldo Alckmin (PSDB), Alexandre Padilha (PT), Paulo Skaff (PMDB). Há uma possível candidatura do PSB e outra do PSD, no entanto, o primeiro tende a apoiar o atual mandatário do Palácio Bandeirantes e o segundo o petista.

Em Minas Gerais, o PSDB tentará a manutenção do Governo do Estado através da candidatura do tucano Pimenta da Veiga. Já o PT, deverá aliar-se ao PMDB, e indicar o ex-Prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel. O PSB, do atual Prefeito de BH, deve manter aliança com o PSDB e apoiar o postulante desta legenda partidária.

Terceiro maior colégio eleitoral do país, a Bahia irá ter uma campanha disputadíssima. O PT já indicou o atual Secretário da Casa Civil, Ruy Costa e ele deverá ter o pepista Othon Alencar como seu candidato ao Senado Federal. Por outro lado, o peemedebista Geddel Vieira de Melo (PMDB) tenta compor uma chapa com o DEM, do Prefeito de Salvador ACM Neto, e o PSDB de Jutahy Magalhães e Antônio Imbassay. O PSB lançará a Senadora Lidice da Mata ao Governo do Estado.
No Rio de Janeiro, após as gigantescas manifestações do ano passado, o quadro eleitoral é de dispersão. PT, PSDB, PMDB, PCdoB, PSOL, DEM, PR e PRB deverão ter candidato do Palácio da Guanabara. O PSB, do Dep. Fed. Romário, tenta atrair o atual Presidente do STF, Joaquim Barbosa, para compor aliança em alguma chapa majoritária. Por outro lado, o atual Governador do Estado, Sérgio Cabral (PMDB), procura recompor o bloco governista e dar a candidatura de Dilma Roussef (PT) um único palanque no Rio. É muito improvável que isso ocorra.

Nas terras gaúchas, o atual Governador, Tarso Genro (PT), vai para a reeleição. Deve disputar com a pepista Ana Amélia e, possivelmente, um postulante do PMDB, em uma composição com o PSB e o PDT do atual prefeito da capital José Fortunati.

Ainda no sul do país, a eleição, no Paraná, promete ser bastante disputada. O atual Governador do Estado, o tucano Beto Richa, a petista Gleise Hoffman e, possivelmente, o peemedebista Roberto Requião postulam o cargo máximo do poder executivo paranaense.

Subindo para o Centro-Oeste, a capital nacional terá a volta de José Roberto Arruda e Joaquim Roriz para o cenário político. Não se sabe, ainda, se eles irão disputar algum cargo majoritário, mas é bom ficarmos atentos. O atual Governador do Estado, Agnelo Queiroz (PT), ainda terá que disputar com o Senador Rodrigo Rollemberg (PSB), coligado, provavelmente, com o também Senador Cristovão Buarque (PDT).

Em Pernambuco, Estado governado pelo presidenciável Eduardo Campos (PSB), o quadro promete ser polarizado. De um lado as forças lideradas pelos socialistas, em uma aliança que envolve o PP, PDT e com os recém-aliados o PSDB, PPS e PMDB. Do outro há a composição do PT e com o PTB, do Senador Armando Monteiro.

No Ceará, o bloco político comandado pela ‘Família Gomes’ (Ciro Gomes e Cid Gomes) deverá indicar o postulando ao Palácio da Abolição, em uma aliança que tem o PMDB, PCdoB, PROS e, provavelmente, o PT.

No Pará, o atual Governador Simão Jatene (PSDB) deverá disputar o pleito com o candidato do PMDB, o Deputado Helber Barbalho, em uma composição com o PT. Há também a chance, embora remota, do ex-Prefeito de Belém Edmilson Rodrigues (PSOL) concorrer ao pleito.

Por fim, o quadro sucessório do Amazonas tem o possível quadro eleitoral: o atual Senador Eduardo Braga (PMDB) lidera um bloco político que dá sustentabilidade ao Governo Dilma e é o nome que encabeçara a chapa majoritária. O socialista Serafim Correa poderá disputar o pleito amazonense, mas, como há uma aliança nacional entre o PSB e o PPS, talvez haja uma composição dele com o também pré-candidato e atual Vice-Prefeito de Manaus, Hissa Abraão (PPS). A Dep. Fed. Rebecca Garcia (PP) tem aparecido bem nas pesquisas e tem consolidado o seu nome para a disputa eleitoral.

Considerando única e exclusivamente este cenário, que destaca os Estados que julgo serem os mais relevantes para o cenário político nacional, percebe-se que os palanques estaduais já caminham para uma definição.

Do lado governista, a Presidenta Dilma encontrará palanques competitivos. Do lado oposicionista, percebe-se uma disputa entre os apoiadores de Eduardo Campos (PSB) com os de Aécio Neves (PSDB) para ver quem terá mais votos. Observo que, em alguns Estados, teremos palanque único para estes dois postulantes.

O certo é que muita “água ainda vai passar debaixo da ponte” e o que parece como certo hoje, pode não ser amanhã. É bom ficar de olho.

PS.: As informações foram coletadas com base nas últimas pesquisas de intenção de voto e/ou através do meu conhecimento do cenário eleitoral de alguns Estados. Certamente não reproduzo o quadro fiel das unidades da federação citadas aqui, por isso, é importante a correção/colaboração dos leitores do Blog. Grato pela atenção.

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