Juventude Comunista Portuguesa: “Transformar o sonho em vida”

Dias 20 e 21 de maio realizou-se o 8º Congresso da Juventude Comunista Portuguesa, no Pavilhão Municipal de Vila Nova de Gaia,  Porto, sob o lema “Transformar o Sonho em Vida”.

A JCP, que atualmente ocupa a presidência da Federação Mundial das Juventudes Democráticas (FMJD), surgiu após a fusão da União dos Estudantes Comunistas e da União da Juventude Comunista, no fim dos anos 70. É a organização revolucionária da Juventude Portuguesa, herdeira de um trabalho de juventude com raízes no próprio exemplo de Álvaro Cunhal, principal figura da esquerda revolucionária portuguesa, que ingressou no movimento comunista com apenas 17 anos, e que faleceu em 2005.

Lá e aqui, a juventude tem uma grande referência pelas figuras históricas que deram a vida pelo socialismo. Um olhar cheio de respeito e carinho da juventude, como aqui temos em relação a Amazonas, Grabois, Diógenes Arruda e os guerrilheiros do Araguaia. Foi prestada bonita homenagem a Álvaro Cunhal, através de vídeo que mostrou o caminhar de Cunhal desde sua a juventude e seu carinho e atenção com o futuro.

No Congresso participaram cerca de 700 delegados de todo país e delegações internacionais em representação de 20 organizações juvenis comunistas, revolucionárias e progressistas de 16 países, que estiveram reunidas no dia 19 de maio, participando do primeiro Seminário Internacional promovido pela FMJD, com o tema “A Luta da Juventude pela Liberdade e os Direitos Democráticos”.

O 8º Congresso foi o ápice de um longo e intenso processo de debate, de luta, convívio e alegria, iniciado em Agosto de 2005. Pela primeira vez a JCP fez seu Congresso no Porto, o que foi recebido pela militância da Juventude e do Partido como uma grande honra. Isto mobilizou a militância a criar todas as condições logísticas para o Congresso e, ao mesmo tempo, receber as delegações estrangeiras. Exemplo deste esmero foi o apoio dados pelos camaradas do Porto, as condições do Congresso, a decoração impressionante do Ginásio que se converteu num grande auditório, o carinho com que foram recebidos os delegados internacionais pelas organizações de base e pela militância da JCP.

Momentos tocantes e demonstrativos deste sentido de irmandade internacionalista foram, entre outros aquele em que todo o Plenário do Congresso se voltou para aplaudir a presença das delegações estrangeiras, a deferência dos delegados diante das intervenções das organizações amigas e a atenção dada a todos os estrangeiros a fim de que se sentissem à vontade entre os portugueses.

Na construção do Congresso, ganhou destaque a pintura de centenas de murais alusivos ao congresso e faixas, por todo Portugal, atividades de finanças voltadas a garantir as condições do Congresso em toda a militância, impressão de distribuição de milhares de panfletos e centenas de reuniões preparatórias com milhares de militantes e amigos.

Um congresso com grande presença estudantil e um movimento secundarista em ebulição também é algo que nos une aos portugueses. Olhando para os delegados, era impossível não reparar nas semelhanças com a moçada nossa no Brasil, inclusive na alegria, na espontaneidade, sem que isto impedisse que no plenário e nas atividades fosse tudo atenção e envolvimento. Esta moçada, ao som da Carvalhesa (escute clicando aqui), tomou as ruas de Portugal no dia 20 de maio, à noite, numa bonita marcha que reuniu centenas de pessoas, e não poucas foram as casas que abriram as janelas e portas para saudar a juventude que saiu às ruas defendendo sua identidade comunista e denunciando o Processo de Bolonha.

O Congresso aprovou o Projeto de Resolução Política, a Direção Nacional da JCP foi eleita, composta de 93 militantes, tendo havido também a eleição de sua Comissão Política e o Secretariado, cujo mandato é de três anos.

A JCP confirmou sua presença no Brasil, com a vinda de um membro de seu Secretariado, o camarada Luís Garrido. Será a nossa vez de recepcionar a JCP e as delegações irmãs que vêm prestigiar nosso congresso e o Seminário da Federação com a atenção e o carinho com que fomos recebidos.

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