Lula x Alckmin: A Inevitável Comparação

No Amazonas, durante a apuração, alguns “analistas” chegaram a vaticinar um 2º turno com apenas 2% dos votos apurados, o que obviamente não aconteceu.

No plano nacional, a “marqueteira” Mirian Leitão recomendou expressamente que Alckmin “baixasse o nível” como forma de provocar o 2º turno. O que impediu a vitória de Lula no primeiro turno foram os “aloprados” petistas de Mercadante e não a “baixaria” tucana.
A causa de tantos erros se explica pelo fato de que certos “analistas” comportam-se como “cabos eleitorais” e não como analista político. Expressam muito mais o que eles gostariam que acontecesse do que a tendência real dos fatos.


 



Tratei desta polêmica, neste mesmo espaço, em três artigos distintos.
Em “Tendências da sucessão estadual” demonstrei que a hipótese de vitória de Amazonino era praticamente nula, a despeito dos que previam a vitória do ex-governador ainda no 1º turno.


 



Em “O dilema de Alckmin” insisti que o debate no terreno da ética não lhe era favorável. Ele teria que explicar os escândalos das privatizações, da compra de votos para a reeleição e as CPIs enterradas por ele e FHC.


 


Sem mencionar a paternidade do valerioduto e o fantasma dos sanguessugas, que alcança Deputados, Senadores e Prefeitos do PSDB e PFL, inclusive o prefeito campeão de bandalheiras, o pefelista José Aparecido dos Santos, de Nova Marilândia, MT.


 



E no artigo “Alckmin foge da comparação de governos” tratei da distinção dos candidatos no terreno econômico. Comparei dados da balança comercial, do risco país, da taxa do dólar e dos juros, o valor do salário mínimo, a política dos servidores públicos, a dívida pública, a relação com o FMI, a geração de empregos e, no caso específico do Amazonas, o tratamento dispensado à Zona Franca de Manaus. A comparação é um massacre, pois é amplamente favorável a Lula.


 



E para facilitar ainda mais essa comparação, um assessor de Alckmin acaba de anunciar que pretendem leiloar a Petrobrás, reiniciando o ciclo de privatizações que Lula interrompeu.


 



No segundo turno Alckmin não poderá fugir desse debate e a comparação entre o governo tucano e o de Lula será inevitável. E aí ficará evidente que são dois projetos distintos, embora os “analistas” a que me referi se apressem em disseminar que “não há diferenças importantes entre os dois candidatos”, numa clara tentativa de manipular a opinião pública.


 



E é sobre esses dois projetos distintos que Heloisa Helena e Cristóvão Buarque terão que se posicionar. Será o primeiro teste para se saber de que lado efetivamente estão.


 



O debate ocorrido domingo na TV Bandeirante, apesar do esforço de Alckmin de fugir das comparações, foi a primeira amostra de como os tucanos não tem como enfrentar um debate que confronte realizações dos dois governos. O único item nos qual eles ganham é o da corrupção, na medida em que os 100 bilhões de dólares da “privataria” fazem com que o “valerioduto” (aliás, inventado por eles) pareça coisa de trombadinha.


 



Não quero com isso minimizar erros cometidos pelo governo Lula nesse campo. São condenáveis, independente da quantidade e do valor. Só não se pode é tolerar tucanos e pefelistas falando de moralidade. Dá asco.

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