O Big Bang

Os cientistas europeus, associados a outros de todas as partes do planeta, construíram nos arredores de Genebra um imenso laboratório a cem metros de profundidade com o objetivo de reproduzir, através de um acelerador de partículas, as condições em que se

Além do mais, esperam encontrar, em ensaio é claro, a partícula surgida desse fenômeno, uma espécie de matéria mãe de tudo. Ou eu não sei bem se a matéria filha. O fato é que essa experiência bilionária vem sendo considerada pela ousadia da pesquisa, pelos objetivos propostos, como um dos maiores experimentos de todas as épocas, senão o maior.


 



O projeto desse Big Bang de proveta iniciou-se no dia dez de setembro e levará algum tempo para que se saiba dos seus inúmeros resultados.


 



Tudo isso acarretará várias e acirradas polêmicas, principalmente entre os naturalistas e os evolucionistas, um histórico debate entre cientistas e cientistas fundamentalistas que atravessou os séculos 19 e 20 e continua pelo segundo milênio, assumindo características apaixonadas principalmente no Estados Unidos, onde os acadêmicos naturalistas são bem ancorados pelo obscurantismo político hegemônico.


 



Mas, paralelamente ao excepcional evento, surgiu fora dos laboratórios, em plena vida real e ao mesmo tempo do protótipo europeu, uma outra explosão cujo epicentro deu-se nos EUA. Foi decretada a falência do quarto maior banco norte-americano, o Lehman Brothers.


 



Esse não é o primeiro estrondo da atual crise da economia capitalista. Ela iniciou em meados de 2007, nas “subprimes” do mercado de hipotecas imobiliárias. De lá para cá a coisa vai ficando cada vez mais complicada, contagiando toda a economia mundial.


 



Os economistas acham difícil prever até onde vai a atual crise do sistema capitalista. Mas quando vários diziam, “o pior já está passando”, veio a bomba do Lehman. As ações unitárias do banco centenário que valiam 83,30 dólares caíram para 3,65 dólares em 12 de setembro.


 



Aí, o canal de TV Fox News bradou no dia 15 de setembro, “salve o seu dinheiro, é o pânico”. O estrondo financeiro espalhou-se pelo mundo. Resta saber quantas explosões ainda virão e as conseqüências das ondas de choque nos países em desenvolvimento. Não há ambiente para catastrofismo, afirmam os especialistas. Mas, igualmente, convenhamos que não cabem análises simplistas.

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