O PCdoB vai à luta com seu projeto eleitoral 2018

O período de campanha eleitoral oficial começou com a eleição polarizada entre dois campos: os que agem pelo o aprofundamento do golpe e continuidade das políticas neoliberais implementadas por Temer, de um lado, e os que resistem, defendendo os direitos do povo, o desenvolvimento soberano e o aprofundamento da democracia, de outro, que agora se apresentam como perspectiva de novo futuro para o povo, haja vistas ao crescimento de Lula em todas as pesquisas.

Com tantas notícias tristes para nosso povo, como os números do IBGE que apontam que mais de 27 milhões de brasileiros estão desempregados ou subempregados, e que a economia não crescerá mais que 1% neste ano, fica difícil para o campo conservador defender abertamente suas propostas. De fato, eles atuam pela interferência do poder judiciário no processo, apressando o julgamento de impugnação da candidatura e tecem arbítrios para impedir Lula que lidera todas as pesquisas eleitorais.

A estratégia dos poderosos adversários é inequívoca: insistir no Estado de exceção judicial, cassar os direitos de Lula e impedir nossa vitória pela força. O 31 de agosto está inscrito como dia nefasto para a democracia brasileira, ombreando com o 24 de agosto que levou Getúlio Vargas ao suicídio. No dia 31 de agosto de 2016 se cristalizou o impeachment de Dilma Rousseff e, dois anos depois, sexta-sábado passados, a impugnação de Lula candidato à presidência.

O PCdoB se posicionou claramente nesse jogo. Priorizou a coesão de um bloco político social popular construído ao longo de trinta anos, e que inclusive, conquistou as quatro últimas eleições consecutivas. Manuela D´Ávila, após vitoriosa pré-campanha presidencial, será indicada vice-presidenta na chapa PT-PCdoB. O PCdoB prioriza a eleição do governador que está revolucionando o Maranhão, Flávio Dino, e prestigiará os objetivos eleitorais do partido em todos os estados do Brasil.

A eleição não está definida, mas é necessário ousar vencer. Com a força de Lula, e com Haddad-Manuela o caminho está posto. Por isso o desespero dos golpistas. A estratégia da nossa vitória corre contra o tempo, mas conta com a transferência de votos de Lula se, afinal, for impedido de fato à candidatura após os últimos recursos jurídicos. O prazo fatal é 11 de setembro.

É nesse vento que o PCdoB perseguirá seus objetivos eleitorais, o primeiro dos quais protagonizar com Manuela vice-presidenta de Lula ou Haddad os rumos da vitória presidencial.

O partido lançou candidaturas majoritárias a governador, vice e ao Senado em diversos Estados. Assim, triplicou o número de candidatos a vice-governador e dobrou a quantidade de candidatos ao senado, sempre em relação a 2014. O PCdoB tem candidatos a vice em nove estados, inclusive em dois estados em que o governador vai à reeleição (Minas Gerais e Pernambuco), e candidatos a senador em quatro estados, com destaque para a desafiadora reeleição de Vanessa Grazziotin no Amazonas e da eleição da ex-reitora da UFMT Maria Lúcia Neder, em Mato Grosso. Em 2014 foram três candidaturas a vice e duas ao senado.

Apoia, em onze estados, candidatos a governador do PT e, em cinco estados, do PSB; além disso apoia candidaturas do PDT, MDB, PSD, PV, REDE, PP e PR em outras nove unidades da federação, sempre buscando a melhor forma de posicionar os comunistas no enfrentamento ao campo conservador.

Mas o objetivo maior, de eleger deputados e deputadas federais, face ao arbítrio das cláusulas de desempenho, foi o esforço maior de montagem do projeto. Ainda que o processo de registro das candidaturas esteja sendo analisado pelos TRE’s e possa sofrer alterações, em 2018 houve um aumento de 62% no número de candidatos a federal em relação à 2014 e um total de 127 candidatos pediram registro pela legenda 65, sendo 81 homens e 46 mulheres.

As candidaturas estaduais tiveram a inscrição de 437 homens e 201 mulheres totalizando 638 registros.

Dessa forma, o PCdoB inscreveu 36,21% de candidatas mulheres para a Câmara dos Deputados, e 31,50% de candidatas para as Assembleias Legislativas, ultrapassando o mínimo exigido pela legislação brasileira, ou seja, no total de candidaturas proporcionais e majoritárias dos comunistas, 32,78% são de mulheres.

Lançou também candidatas mulheres ao governo no Amazonas, a vice no RS, MG, PE e no PA e ao Senado no AM e em MT. Com os suplentes de senador, são 25 candidaturas majoritárias, sendo 12 delas femininas e 13 masculinas, ou seja, 48% do total.

A batalha se vence na campanha

Resta pela frente, por cinco semanas concentradas, a campanha vibrante, mobilizadora, militante e popular do PCdoB. Polarizada com a continuidade do governo Temer com o programa da candidatura de Alckmin e em torno das saídas para a crise do país – econômica, política e institucional.

Um chamado importante às forças democráticas, progressistas, dos segmentos avançados da sociedade: o voto democrático nos candidatos do 65 é uma garantia para um Congresso mais combativo e por um PCdoB forte, para uma esquerda mais plural e forte no Brasil. Esta é uma hora de ascenso do autoritarismo contra as forças populares e o PCdoB mostrou garra, fibra e habilidade para ajudar a conduzir as forças políticas e sociais das forças de esquerda e progressistas para acumular forças e ousar vencer a quinta eleição presidencial consecutiva.

*Colaborou Rovilson Portela

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