Surpreendeu, no Estadão do domingo (27/6/21), saber que o PCdoB vive um clima de velório, às voltas com o “fantasma da extinção”. Como é frequente na mídia brasileira, matérias fazem juízo de valor antes de informar fatos multilaterais aos leitores, num forçado reducionismo.
Onde se situará, nas urnas, o sentimento de insatisfação dos eleitores? Ou seria de continuidade, dada a vantagem que têm os que vão à reeleição, numa campanha curta em meio ao isolamento social frente à pandemia? Enfim, é de se crer que as urnas revelarão um ponto fora da curva histórica.
A economia mundial está em chamas mais uma vez. O mundo amanheceu na segunda-feira (9) com terrível queda nas bolsas, além da crise do COVID-19.
Alcançamos uma grande conquista democrática tirando Lula da prisão em Curitiba. O movimento que envolveu PT, PCdoB e PSOL, o MST, Centrais Sindicais e UNE e outras centenas de organizações da Frente Brasil Popular e Povo sem Medo alcançou dimensão nacional e internacional marcante como poucas vezes na história política, mobilizando o mundo da cultura e da intelectualidade, sobretudo de personalidades jurídicas democráticas de alta expressão mundial e até de governos e governantes democráticos.
O Brasil de Bolsonaro continua sendo pinguela, sem pontes firmes entre o Executivo, o Congresso, o Judiciário, nem mesmo ao mercado. Muito menos ainda à maioria da sociedade, mantida na polarização pela pregação do clã Bolsonaro e seus apóstolos no governo.
O novo governo – e o país – está em crise política, fruto de múltiplas equações, cada qual com diversas variáveis. As análises disponíveis lidam com isso todo dia. Bolsonaro entrega o ouro do Brasil em sua viagem à Meca, busca mimetizar Trump de modo como sempre tosco, mas de nenhum modo desavisado, ao contrário. Resta ver que ninguém, rigorosamente, defende os escopos e resultados da viagem.
O Brasil chafurda sob a nova direção – novo que já é senil.
As eleições no Brasil deram continuidade a três fatos das exacerbadas lutas políticas de classes. O primeiro, as manifestações de junho de 2013, pondo em causa descontentamentos de largas camadas médias, sequestradas pela direita e extrema-direita com a ajuda dos monopólios midiáticos. Criou-se assim uma extensa base social dessas forças.