Os números do Dieese

Os números divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese no sindicato dos Engenheiros na segunda-feira, 17 de março, confirmaram o que tenho dito aos leitores: a esmagadora maioria dos acordos salariais em 20

Para sintetizar: os reajustes foram acima do INPC em 87,7% das negociações; iguais ao INPC em 8,3% e abaixo do INPC em 4,0%. No setor industrial os reajustes acima da inflação foram 94,0%; no comércio 85,0% e nos serviços 81,1%.


 



A conjuntura econômica confirmou-se positiva e assim continua, para facilitar a luta dos trabalhadores. Mas quero fazer uma observação crítica. Frente a estes números e ao que eles revelam, alguns dirigentes chegaram a falar em “considerar o aumento do PIB como parâmetro para as futuras negociações”. Dito assim, isto parece inofensivo, mas não é.


 


O crescimento do PIB não deve servir de parâmetro para os reajustes porque não queremos indexar salários, não reivindicamos “lei salarial” e valorizamos a negociação direta. Se, para recuperar o poder de compra do salário mínimo garantimos a regra com reajuste baseado no crescimento da economia foi porque este é o melhor indicador para o crescimento do piso salarial nacional. Para todos os outros salários de categorias organizadas e representadas por sindicatos devemos observar a produtividade setorial do trabalho e as condições de cada setor com todas as suas diversidades.


 



O grande salto salarial que deverá ocorrer será decorrente da redução constitucional da jornada de trabalho sem redução dos salários.

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