PCdoB: continuidade e renovação

Na última terça-feira, 21, o PCdoB lançou novo ciclo de Conferências Municipais e Estaduais, que estatutariamente a cada dois anos avalia o trabalho realizado, promove ajustes na orientação política e planos imediatos e renova direções no âmbito dos seus comitês estaduais, municipais, distri tais e organizações de base.

Desta vez, o empreendimento mobilizador acontece sob a consigna do revigoramento partidário. Vale dizer, ajustar o exército militante às condições atuais da luta e, a um só tempo, reafirmar a sua identidade política, suas cores e seu símbolo.

Isto em plena sintonia com a situação política do país, que se reflete com o mesmo conteúdo e diferentes formas segundo as características próprias de cada região.

Com a vitória sobre a extrema direita na eleição presidencial, há um novo momento promissor no país. Entretanto marcado por complexa correlação de forças, que contém elementos de dificuldade nas esferas internacional e interna.

A rigor, neste ainda incompleto primeiro ano de governo do presidente Lula vivemos a possibilidade de uma transição a um novo ciclo de transformações progressistas no país — que no entanto se depara com a resistência do núcleo mais avançado das classes dominantes, o capital financeiro e o moderno agronegócio, com fortíssima reverberação midiática, e de uma extrema direita organizada e apoiada em base de massas própria.

A situação impõe ao PCdoB ingentes desafios — da clarividência e da habilidade na chamada grande política ao empenho cotidiano junto à classe trabalhadora e às grandes massas do povo.

Nessas circunstâncias, o revigoramento partidário implica em um conjunto de tarefas, especialmente a elevação do nível de envolvimento militante na luta no terreno das ideias, a defesa da agenda da reconstrução nacional e o êxito do governo Lula e o fortalecimento das organizações de base envolvidas na luta cotidiana (veja vídeo abaixo).

Outro dia escrevi aqui que o mundo cabe numa organização de base do PCdoB, precisamente querendo sublinhar que bases organizadas, ativas no debate e na ação e estreitamente vinculadas ao cotidiano da luta, do trabalho e do lazer da classe trabalhadora e do povo são fator decisivo não apenas para o fortalecimento partidário, mas para o reforço de algo ainda carente na cena política nacional, que é a mobilização popular ampla em defesa da agenda da reconstrução nacional.

De tal modo que o empenho de cada um de nós militantes no sentido de revigorar o centenário Partido Comunista do Brasil implica nessas três dimensões a serem vividas cotidianamente: o debate em torno da linha e dos princípios do Partido, a vida ativa guerreira, solidária e prazerosa em uma de suas organizações de b ase e a intensa participação na luta do povo pela base.

Se é possível dizer as coisas em termos pessoais, o autor dessas breves linhas, que integra as fileiras no PCdoB há mais de 50 anos, se sente cotidianamente renovado tanto quanto envolvido no estudo e no debate das ideias tendo como referência o Programa partidário e a presente orientação tática e envolvido e ajudando no reforço e na multiplicação das Organizações de Base.