Planos a longo prazo, sim. Por Luciano Siqueira.

Temos a consciência e a convicção de que o que fazemos hoje é parte indissociável da construção do amanhã

Foto: Sthefane Felipa

Em 2008, eu figurava como pré-candidato a prefeito do Recife e fui recebido em sua residência pelo ex prefeito Pelópidas Silveira, líder que marcou a história política de Pernambuco.

Conversamos uma tarde inteira sobre problemas estruturais da cidade e alternativas para resolvê-los. Como sempre, alimentados por um bom whisky.

Quando nos despedíamos, já na boquinha da noite, à porta do seu apartamento, ele sorridente e descontraído apoiou a mão no meu ombro e disse que tinha um pedido: “Só não me inclua em projetos de longo prazo, pois minha idade já não permite isso”.

Pois hoje, nesse 31 de dezembro de 2022, cá estamos em família, na Ilha de Itamaracá, preparando-nos para o réveillon.

Várias gerações reunidas. E, naturalmente, referências a planos imediatos e futuros.

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Então me dei conta de que, em tese, quem agora já não pode ser incluído em projetos de longo prazo sou eu e os da mesma faixa etária que aqui estão.

“É a vida”, como diz minha neta Alice, de 9 anos.

O que me salva, por assim dizer, a mim e a meus companheiros e companheiras de partido, é que nós militantes do PCdoB estamos e estaremos sempre incluídos como participes ativos de planos de curto, médio e longo prazo consignados em nosso Programa.

A proposta programática do PCdoB aponta o caminho para o objetivo estratégico — o socialismo — e o modo de acumularmos forças para a consecução desse objetivo em meio às lutas imediatas.

Ou seja, temos a consciência e a convicção de que o que fazemos hoje é parte indissociável da construção do amanhã, que Diógenes Arruda dizia ser a “festa de pão e rosas” do povo brasileiro.

Objetivamente, quem já ultrapassa sete décadas de vida e mais de 50 anos de militância, já não pode ter segurança se este é o último réveillon da vida ou se ainda haverá oportunidade de viver outros.

Vale dizer, nada sabemos se de lutas futuras seremos participes ou não, mas renovamos, em meio ao mar de afeto e alegria da passagem de ano, nosso compromisso militante.

E se o amigo Pelópidas ainda estivesse entre nós, bem que valeria compartilharmos a convicção de que planos de longo prazo são nossos também, deles somos participes no tempo presente.

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